9.3.13

A morte de Chorão (Charlie Brown Jr.)



Alexandre Magno Abrão (São Paulo, 9 de abril de 1970 — São Paulo, 6 de março de 2013), mais conhecido pelo seu nome artístico Chorão foi um cantor, compositor, cineasta, poeta, roteirista e empresário brasileiro. Foi o vocalista, principal letrista e cofundador da banda santista Charlie Brown Jr., em que a formou em 1992 junto com Renato Pelado, Marcão, Champignon e Thiago Castanho, foi o único integrante da banda a participar de todas formações, junto com o Charlie Brown lançou dez discos e já venderam mais de cinco milhões de discos.
O apelido de Chorão veio quando ele estava vendo os amigos andando de skate, e um deles passou por ele e, para zombar dele, dizia "não chora!", já que Chorão ainda não sabia andar. E nisso o apelido pegou. Teve uma infância e adolescência difíceis, a sua mãe era doméstica, fazia pastel, cozinhava pra fora pra ele ir entregar. Chorão vivia na rua, ia mal na escola, parou de estudar na sétima série, e frequentemente tinha problemas com a polícia. 
Com 21 anos, foi convidado a integrar uma banda com Champignon chamada What's Up, acabou não dando certo ai montou o Charlie Brown Jr. 
Em 2007, Chorão roteirizou e dirigiu o filme O Magnata. 
Em 2009 lançou sua marca de roupas a DO.CE. 
Foi encontrado morto em seu apartamento, em 06 de março de 2013, em São Paulo/SP, de causas ainda não reveladas.
Era primo da apresentadora de televisão Sônia Abrão.



Biografia
Início
Quando Chorão tinha onze anos, seus pais separaram-se. Aos catorze anos, sua mãe teve um derrame e quase morreu. Foi nessa época que ele começou a andar de skate, uma das suas paixões. Chorão atuou profissionalmente no esporte na década de 80 na categoria freestyle, sendo vice-campeão paulista. Seu apelido Chorão foi dado pelos seus amigos de skate.
Já vendeu cartões de natal, foi auxiliar de câmera, caboman, iluminador. Sua mãe era doméstica, fazia pastel, cozinhava para fora para ele ir entregar.


Carreira
Charlie Brown Jr
Em 1987, com então 17 anos de idade Chorão se mudou para Santos, litoral de São Paulo, após uma infância difícil e traumática. Era mais conhecido pelo apelido de Chorão. Um dia, em um bar local, substituiu por acaso o vocalista de uma banda, quando o mesmo precisou se ausentar devido a necessidades fisiológicas.
Uma pessoa da plateia, ao vê-lo cantar, convidou-o para ser vocalista em sua banda. Quando o baixista da referida banda saiu, Chorão veio a conhecer Champignon, o novo baixista, uma criança de apenas 12 anos na época, formaram então a banda What's Up. Tempos depois, Chorão e Champignon decidiram convidar o baterista Renato Pelado, egresso de bandas da cidade como Ecossistema, Jornal do Brasil, entre outros projetos. Mais tarde, Marcão e Thiago Castanho completaram a primeira formação da banda Charlie Brown Jr. A banda, ainda sem nome, continuou a se apresentar na cidade. "Fundei e batizei a banda com esse nome em 1992. Foi uma coisa inusitada. Trombei (literalmente) com uma barraca de água de coco que tinha o desenho do Charlie Brown, aquele personagem do Charles Schulz, mais conhecido por ser o dono do Snoopy.
E o "Jr" é pelo fato de sermos filhos do rock", se explica Chorão pelo fato de a banda se considerar "filha" de uma geração de músicos e bandas como Raimundos, nos anos 90 Chorão considerava Rodolfo Abrantes, o vocalista dessa banda, como o melhor do brasil , Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Nação Zumbi, e Planet Hemp. A sonoridade do grupo tinha influências de grupos como Sublime, Bad Brains, 311, misturando hardcore punk, skate e reggae.
Por volta de 1993, já com esta formação da banda, eles começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e a fazer shows em vários eventos de skate. Uma fita demo foi entregue ao Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos Mamonas Assassinas, que se interessou pelo grupo e os contratou. De uma demo de três faixas surge o primeiro disco do CBJr, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da Virgin Records. Nasce então o álbum Transpiração Contínua Prolongada. O álbum foi produzido por Tadeu Patola (ex-Lagoa 66), o álbum é bem recebido pelas rádios com as faixas "O Coro Vai Comê!", "Proibida pra Mim (Grazon)", "Tudo que Ela Gosta de Escutar" e "Gimme o Anel", vendendo 500 mil cópias. Na época, o baixista Champignon era menor. Consequentemente, sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, era necessária uma autorização judicial para que o jovem baixista acompanhasse o grupo.



Outras atividades
Além do sucesso no mundo da música, Chorão também se aventurava em outras áreas: no dia 6 de novembro de 2006, o músico inaugurou o Chorão Skate Park em Santos, um espaço para skatistas e músicos que tem como destaque uma das melhores pistas de skate do Brasil, com uma distribuição de obstáculos que está em sintonia com o que há de mais atual com os parques de skate no mundo.
Em 2007, o cantor se aventurou no cinema, com o filme O Magnata, dirigido pelo videomaker Johnny Araújo. Chorão foi escritor e roteirista, além de participar do filme junto com o Charlie Brown Jr e integrar a trilha sonora do mesmo. Recentemente anunciou um novo filme "O Cobrador" do qual ele mesmo escreveu o roteiro, ainda pretendia lançar um livro contando a historia da banda desde o início. Em janeiro de 2009, o músico lançou sua grife de roupas, intitulada DO.CE"dose certa", em festa promovida em São Paulo.




Morte do pai
Em meados de 2001, Chorão perdeu seu pai:
"Passei por várias dificuldades neste ano, desde financeiras... , eu perdi meu pai... , e você tem que tentar lidar com isso numa boa, até você aceitar rola uma mudança, uma metamorfose".

A banda, compreendendo a falta que seu pai fazia, decide parar e dar um tempo, até Chorão, realmente acostumar-se com a ideia de ter perdido alguém muito especial. O que levou ele a pensar em parar na banda, o que você pode encontrar na letra de: "Ouviu-se falar" e "Talvez a metade do caminho". Passaram-se seis meses até Chorão se olhar no espelho e, ver sua barba crescida, sua barriga, por engodar 20Kg, ficar em casa e não fazer nada, sem motivação... Então ele viu que não era bem isso que ele queria. Durante o mesmo tempo os outros integrantes, Champignon, Thiago Castanho, Marcão e Renato Pelado continuaram estudando e praticando sua música. Na verdade a banda estava pronta de novo, iria começar um novo capítulo.



Morte
Chorão foi encontrado morto por seu motorista, na madrugada de 6 de março de 2013 (uma quarta-feira), em um apartamento que ocupava esporadicamente no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Segundo a polícia, que descartou inicialmente a hipótese de homicídio, o apartamento encontrava-se em grande desordem, com garrafas vazias de bebida, embalagens de remédios e marcas de sangue.
O delegado Itagiba Franco afirmou que Chorão passava por uma depressão devido à separação da mulher, a estilista Graziela Gonçalves. Ele ainda informou que o músico era procurado pelos outros integrantes do Charlie Brown Jr. desde o meio-dia de terça-feira (05 de março). Segundo a Folha de São Paulo, a polícia acredita que a morte pode ter acontecido entre segunda e terça-feira (04 e 05 de março, portanto), devido ao estado que o corpo foi encontrado.



Repercussão Internacional
A morte de Chorão teve repercussão não só nacional, como internacional, onde sua morte foi destacada nos jornais Latin Times (que o apelidou de "Big Crying"), Huffington Post, The Washington Post, San Diego Union-Tribune, além da Billboard norte-americana.




Legado
Para os críticos, Chorão deixa um legado de composições poéticas. O produtor musical Rick Bonadio acredita que "O legado das músicas e letras do Chorão sem dúvida influenciaram e vão continuar influenciando muitos jovens e bandas eternamente. Acredito que, depois do Legião Urbana, o Charlie Brown Jr. seja uma das bandas mais representativas do rock nacional.".
Já segundo nota da MTV Brasil "A banda Charlie Brown Jr. foi um grande sucesso e o músico deixa um legado musical pra além de ícone de uma ou mais gerações, sua memória estará em uma coleção de grandes hits que deram uma roupagem pop e acessível ao tripé hardcore, rap e ragga, parte fundamental do universo do skate.".
Nasi, vocalista do Ira!, afirma que "Chorão foi um ícone da geração de 90. Ele deixa um legado de bons discos, além do reconhecimento da parceria skate e rock brasileiro.
Para além da música, Chorão deixou legado para o skate, esporte que praticava e ajudou a difundir.
Gustavo Sirotsky, produtor do festival Planeta Atlântida acredita que a morte de Chorão representa o fim da banda. "Assim como o Legião Urbana marcou e não seguiu quando ficou sem seu líder, o Charlie Brown também fica sem líder, portanto, é dificil continuar




Homenagens
A prefeitura da cidade de Santos decretou luto oficial de três dias pela morte do cantor.

No dia de sua morte, a MTV Brasil prestou homenagem ao vocalista com uma programação especial, dedicando sua grade ao líder do Charlie Brown Jr..

Fãs da banda prestaram homenagens através de cartazes e mensagens escritas na pista de skate criada pelo cantor, além de mensagens nas redes sociais. No dia de sua morte, menções ao vocalista na rede social Twitter dominavam a lista de tópicos mais comentados em todo o mundo.

A banda americana Guns N' Roses homenageou Chorão, por meio de mensagens no Facebook e Twitter. O grupo dedicou uma de suas canções ao cantor. "De luto pela perda de nosso irmão brasileiro, RIP [descanse em paz] Chorão. Esta `Don`t cry` tocando aqui é para você", escreveu o grupo de rock. Ao saber disso, o baixista Champignon se disse orgulhoso por saber que a banda americana conhecia o som do Charlie Brown Jr.

No dia de sua morte, fãs de Chorão fizeram uma campanha - com mais de 24 mil compartilhamentos no facebook - para que a abertura do seriado jovem Malhação do dia 06/03/2013 fosse Te Levar, sucesso marcante do Charlie Brown Jr. nas temporadas iniciais da trama, o seriado homenageou o cantor colocando a música no encerramento do capítulo.

O Santos Futebol Clube, time pelo qual Chorão torcia, fez um homenagem ao seu torcedor ilustre usando imagens dele na Vila Belmiro e em shows, na qual ele aparece usando o uniforme do time Além disso, o time santista jogou de luto em sua próxima partida, diante do Atlético de Sorocaba. A direção ainda pediu que fosse respeitado um minuto de silêncio antes do jogo em homenagem a Chorão. O silêncio foi repetido na semana seguinte, no jogo diante do Guarani, dentro da Vila Belmiro. Santista fanático, Chorão era figura frequente nos jogos da equipe e era amigo dos jogadores.

O cantor Mr. Thug fez uma tatuagem em homenagem a Chorão, com a frase "A vida me ensinou a nunca desistir, nem ganhar, nem perder mas procurar evoluir" e postou em seu instagram.

O lutador de MMA Vinny Loureiro prometeu homenagear Chorão usando uma música do Charlie Brown Jr. quando for entrar no ringue em sua próxima luta.

Várias celebridades prestaram homenagens em redes sociais, como Marcos Mion, Racionais MCs, Rodrigo Lombardi, Projota, Guilherme Leicam, Marcelo Mancini, Pe Lanza, Rodrigo Simas, Grazi Massafera, O Rappa, Zé Ramalho, entre outros. No campo esportivo, também houve homenagem de muitos atletas.

O cantor sertanejo Lucas Lucco homenageou Chorão através de uma música, intitulada “Ninguém podia prever”.

A ex-esposa do vocalista prestou uma homenagem ao Chorão publicando duas mensagens emocionadíssimas no site oficial da banda. Ressalte-se que quando o cantor morreu, eles estavam separados


Fonte: Wikipédia 




O Preço
(Charlie Brown Jr.)
Álbum: Preço Curto... Prazo Longo (1999)

Como era difícil acreditar
Que eu ia chegar onde estou
Que minha vida iria mudar, e mudou
Dificuldade então
Passava eu, meu pai, minha família e meus irmãos
Sem perceber larguei a escola
E fui pra rua aprender
Andar de skate, tocar, é
Corri pra ver o mar
Fui atrás do que quis
Sabia só assim, podia ser feliz
Eu quero ser feliz
Quem não quer ser feliz, me diz?
Então é preciso chegar em algum lugar
Ter algo bom pra comer e algum
Lugar pra se morar
Satisfeito então, eu faço a preza pros irmãos
Consciente, pé no chão
Daqui nada se leva
De coração eu faço a preza

(Refrão)

Existe sempre um outro jeito
De se poder chegar
Existe sempre um outro jeito
De se poder chegar
Existe sim, sangue bom
Sempre sonhei em fazer
O som que fosse a cara
E então poder chegar em algum lugar
Ver a garota sorrir
A galera pular, a multidão a me chamar
Ah! Que lindo está

Dizem que ele é bom
Eu também mostro quem eu sou
Se aquele mano se ligou
E você não, demorou
Os manos ali detrás
Podem ensinar você

Dizem que ele é bom
Eu também mostro quem eu sou
Se aquele mano se ligou
E você não, demorou

Dei um trocado pra um pivete no farol
Olhei pro lado estava o pai, pensei
Velho filho da puta, explorador!?
Mas vai saber... sei lá... cada um tem sua historia
Eu estou aqui pra aprender, não pra julgar
Quem pode me julgar?
Pelo menos desde cedo o pivete
Vai a aprender a se virar

Graças a Deus, eu não tive um pai assim
Meu pai um grande homem
Me ensinou como ser homem também
Longe do velho eu passei fome
Isso é passado, amém
Mas eu tive quem sempre
Olhou por mim

Existe sempre um outro jeito
De se poder chegar
Existe sempre um outro jeito
De se poder chegar
Existe sim, sangue bom
Sempre sonhei em fazer
O som que fosse a cara
E então poder chegar em algum lugar
Ver a garota sorrir
A galera pular, a multidão a me chamar
Ah! Que lindo está
Dizem que ele é bom
Eu também mostro quem eu sou
Se aquele mano se ligou
E você não, demorou
Os manos ali detrás
Podem ensinar você

Dizem que ele é bom
Eu também mostro quem eu sou
Se aquele mano se ligou
E você não, demorou
O preço





Um comentário:

  1. Ana Paula Figueira11:13 PM

    NADA NEM NINGUÉM MORRE TUDO SE TRANSFORMA(LEIA OS LIVROS UNIVERSO EM DESENCANTO,O PRINCÍPIO E O FIM DE ONDE VOCê VEIO COMO VEIO E PARA ONDE VAI E COMO VAI.AUTORIA MANOEL JACINTO COELHO)"RACIONAL SUPERIOR".

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