9.4.13

Glórias e Inglórias de Beethoven



Mesmo quem não aprecia a música clássica já deve ter ouvido falar de Beethoven, quem sabe até por alguma eventualidade, também ter ouvido algumas de suas sinfonias, quartetos, sonatas...  E para quem aprecia, Beethoven é um dos maiores gênios da Música, talvez o de maior importância da Era do Romantismo, à qual juntamente com Franz Schubert e outros autores ajudou a criar.
Ludwig van Beethoven nasceu no dia 16 de dezembro de 1.770 em Bonn, na Alemanha. Veio de uma família muito ligada à música; o nome ele herdou de seu avô que era baixo solista; seu pai, Johann, era tenor da corte e professor de música. Mas o menino Beethoven não teve uma infância das melhores, pois sua família passava por uma grave crise financeira e para agravar as coisas, seu pai havia se transformado num alcoólatra. Em muitas ocasiões Beethoven era acordado durante a madrugada e nas horas mais impróprias por seu pai que, bêbado e agressivo, o obrigava a estudar violino. Também estudou composição, piano e órgão com Christian Neefe e, recebendo grande influência do Barroco de Bach e do Classicismo de Mozart, compôs e publicou sua primeira obra ainda muito jovem, a qual intitulou “Mozart, o grande futuro”.
Aos 13 anos de idade (foto) foi nomeado acompanhante da Capela do Príncipe Eleitor e mais tarde passou a dar aulas de piano às nobres famílias de sua cidade, obtendo bastante sucesso.
Aos 16 anos perdeu a mãe e pelo fato de seu pai já estar completamente arrasado pela bebida, Beethoven foi obrigado a cuidar da casa e dos irmãos menores.
Em 1.792, aos 22 anos, foi mandado para Viena a fim de completar sua formação musical (lá permaneceu por toda vida), passando a dedicar-se exclusivamente à música, recebendo valiosos ensinamentos de Franz J. Haydn e Johann Albrechtsberger.
A partir de 1.798, Beethoven começou a sentir os primeiros sinais da surdez que se acentuaria ainda mais nos próximos anos.
Apesar de obter fama e sucesso em Viena como compositor e pianista, passou a buscar a solidão, ficando cada vez mais rude nos primeiros anos do século XIX e, resistindo a todos os tratamentos para sua doença.
Beethoven,  mesmo nunca tendo se casado, foi um homem de grandes paixões, a maioria delas repentinas, por algumas de suas alunas, para as quais até escrevia cartas de amor.
Em 1.806 chegou a assumir compromisso com Thèrèse de Brunswick (uma paixão que jamais esqueceria), porém sentiu-se obrigado a renunciar o seu amor. No ano seguinte, aos 37 anos, Beethoven, percebendo a completa surdez que o impedia de tocar em concertos, tomado de profunda depressão, chegou a pensar em cometer suicídio.
Desistindo da tola ideia e mais tarde já tendo superado a crise de depressão, Beethoven, mesmo completamente surdo, atingiu a mais intensa maturidade artística, compondo trabalhos cada vez mais criativos. 
Dentre suas obras principais destacam-se, além  das 9 Sinfonias, 9 Aberturas, 17 Quartetos para cordas, 32 Sonatas para piano, 5 Concertos para piano, 1 Concerto para violino, 10 Sonatas para violino e piano, 5 Sonatas para violoncelo e piano, 21 Variações para piano, 2 Missas, Missa solene, 1 Oratória, Cantatas, 66 Canções, além de Orquestras, Marchas, Danças, Contradanças, Valsas, etc., e “Fidélio”, sua única ópera. 
No total, Beethoven compôs cerca de 600 obras, metade delas para arranjos vocais. As mais conhecidas são a 3.a. 5.a, 6.a e a 9.a Sinfonia, o 5.o Concerto para piano, a “Pastoral”, o “imperador”, “Sonatas ao luar”, “Patética”, “Apaixonada”, “Coriolano”, “A Batalha de Vitória”, “Sonata a Kreutzer”, entre outras.
Beethoven, o homem de espírito solidário e generoso, morreu aos 56 anos de idade, em Viena, no dia 26 de março de 1.827, vítima de pneumonia e hidropisia.

“Minha arte deve ser consagrada ao bem dos pobres” 


Texto: Renato Curse                       fevereiro de 2.001


·         Texto publicado na edição # 15 do Informativo Semanal Mix Cultural, de 17 de fevereiro de 2.001.





Nenhum comentário:

Postar um comentário