5.12.16

Uma vida sem sentido


Quando um cristão se encontra à beira da ruína, deprimido, abalado e cheio de tribulações e não há um só amigo a quem possa recorrer, nem mesmo um parente, ele ainda consegue encontrar alívio na esperança de uma vida melhor, quer seja nesta ou em outra realidade.
Existe um alento, existe um alicerce que não o deixará sucumbir por completo. Esse alicerce é a sua fé. A fé em Deus, em Jesus Cristo.
O cristão tem a certeza de que esta vida é passageira, mas que existe uma nova realidade o aguardando para recompensá-lo por sua fé e suas obras. Por mais que ele sofra, nunca se sentirá abandonado. Por mais que o mundo lhe seja injusto, ele sabe que cada coisa tem seu tempo e para tudo existe um propósito maior incutido nos misteriosos desígnios de Deus. Nenhum crime e nenhuma injustiça ficarão impunes e todos os que mantiverem-se fiéis a Deus serão recompensados. Essa é basicamente a verdade cristã.

Mas, e quanto aos ateus? Como eles enxergam a vida e a existência?
Para o ateu não existe propósito nem tampouco sentido algum para nossa existência. Nós estamos aqui simplesmente porque estamos. Estamos aqui porque um dia o nada se cansou de ser o nada e decidiu dar início à existência.
Não vamos para lugar algum, morreu, acabou! Não existe alma (o princípio ativo da vida), não existe a ressurreição dos mortos em outro plano. Tudo o que fazemos está fadado ao fim eterno. Nada importa e nada tem sentido algum.
Isso sem falar que moralmente tudo está correto: roubo, estupro, assassinato, pedofilia. Se não há Deus, também não há padrão moral objetivo e tudo é permitido. Hitler e São Francisco de Assis estavam absolutamente certos em suas ideologias. Quem pode dizer que Pol Pot estava errado?

Mas, espere aí, será que o ateu se comporta como um ateu?
Claro que não! 
Se um ateu vê uma matéria na TV sobre pedofilia, assassinato ou qualquer outra injustiça, ele vai imediatamente revogar para si a moralidade cristã: "Que absurdo, isso está errado!".
A única diferença é que os ateus acreditam que todos esses crimes ficarão impunes caso a justiça dos homens fracasse. De resto, o comportamento e a reação são exatamente as mesmas de um cristão.
Quando um ateu se casa ele não quer que sua esposa siga a moralidade ateísta, mas quer que ela seja fiel a ele e que o ame (exatamente como prega a moralidade cristã). Quando um ateu tem um filho, ele até pode desejar que ele seja um ateu, mas jamais vai permitir que se comporte tal qual manda a moralidade ateísta: tudo é permitido e nada está moralmente errado. 
Na ânsia de querer negar o cristianismo, alguns ateus podem até tentar convencer as pessoas de que pouco se importam se suas esposas ou filhos comportem-se como libertinos, mas todo mundo sabe que isso é só da boca pra fora. 
Afinal, o ateu também ama, também se apaixona, também sofre por amor, por mais radicais, sensatos e despojados que tentem parecer.
O ateu também sofre a morte de um amigo ou algum parente. 
Duvido que diante do caixão de algum ente querido, o ateu não se pergunte: Será que acabou aqui? 
Duvido mesmo!

Mas, não é este o ponto onde quero chegar. O que eu gostaria realmente de saber é como um ateu se comportaria se estivesse absolutamente só, se perdesse de uma só vez todos os seus amigos e familiares, se o mundo lhe virasse as costas e a depressão tomasse conta de seu ser.

O que você faria, querido ateu, você que é tão radical, tão inteligente, tão sábio, tão corajoso? 
Teria coragem de se suicidar sem pensar em qualquer consequência?

Quando algum ateu me apresentar uma resposta condizente com o sentido da pergunta, sem rodeios e mascaramentos da verdade, ele vai perceber que não é ateu coisa nenhuma. Não no sentido literal, se é que me entendem.
Não, eles não entendem!

Renato Curse                08 de outubro de 2016

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