29.4.17

O "Vou" e o "Não vou" de alguns grevistas de 28/04/2017


Vou ali lutar por melhorias no país,
vou bradar contra as reformas trabalhistas,
vou exigir o fim daquilo que a mim não condiz,
vou fazer baderna com minha alcunha de grevista.

Não vou nem me indagar se os demais concordam,
não vou permitir que sequer me questionem,
não vou ouvir os que de mim discordam,
não vou admitir os que contra mim se posicionem.

Vou queimar pneus, barrar ruas e rodovias,
vou tentar impedir aqueles que querem trabalhar,
vou destruir o patrimônio público que é uma grande porcaria,
vou arruinar, vou demolir, vou vandalizar.

Não vou respeitar qualquer tipo de autoridade,
não vou nem me perguntar se o que estou fazendo é certo,
não vou acatar ordens da polícia opressora e covarde,
não vou consentir qualquer estabelecimento aberto.

Vou ali lutar pelo futuro do Brasil,
vou obedecer cegamente quem o arruinou,
vou, mesmo ignorando a motivação, tal qual um imbecil,
e vou me gabar, mesmo sabendo o quanto idiota sou.

Versando sarcasticamente e de maneira tão pobre,
eu, grevista, vândalo, vagabundo e delinquente,
admito que minha causa é grosseira e nada nobre,
e que sou um dejeto do PT e só a ele sou obediente.

Admito que nada sei sobre Reforma da Previdência,
e que defendo escusos interesses de sindicalistas,
contudo, não sou reprovado pela minha consciência,
pois sou apenas mais um tolo disfarçado de grevista.


Renato J. Oliveira                29 de abril de 2.017



O que sentir por alguém que se enquadra na poesia acima? Pena, asco ou nada (indiferença)?


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