26.3.12

Renato Russo, o imortal poeta da Legião Urbana




Renato Russo, o já imortalizado poeta do rock nacional, nasceu no dia 27 de março de 1.960, no Rio de Janeiro, filho de Renato Manfredini e Maria do Carmo Manfredini, batizado de Renato Manfredini Júnior (o ‘sobrenome’ Russo  ele adotou na juventude em homenagem aos filósofos Jean-Jacques Rousseauu e Bertrand Russel e ao pintor Henry Rousseau).
Filho de pais de classe média, Renato Russo morou dos 7 aos 10 anos de idade em Nova Iorque e, em 1.970, retornou com os pais ao Rio de Janeiro, onde viveriam por mais 3 anos, até mudarem-se para Brasília.
Aluno de inteligência notável, aos 15 anos Renato Russo já dava aulas de inglês, porém, um triste acontecimento viria a interromper suas atividades. Com uma doença nos ossos, de fundo virótico, chamada epifisiólise – agravada na mesma época – Renato Russo foi obrigado a usar uma cadeira de rodas até os 17 anos, sofrendo mais tarde com as fortes dores conseqüentes de uma operação para a colocação de pino de platina. Como as dores eram constantes, Renato isolou-se em casa, passando a dedicar-se profundamente à leitura, à escrita e, em especial, à música, que naquela época começava a ganhar novas dimensões no rock brasileiro.  Com o surgimento do punk, as ideias de protesto e contestação transmitidas pelas bandas punkrockers, ganharam a simpatia do jovem Renato Russo.
Em 1.978, já recuperado da epifisiólise, Renato formou a banda punk “Aborto Elétrico”, lá mesmo em Brasília.
Porém, onde ele verdadeiramente se consagraria como cantor e compositor seria na Legião Urbana, formada em 1.982, com os amigos Marcelo Bonfá (bateria), Eduardo Paraná (guitarra) e Paulo Paulista (teclados).
Em 1.983, Eduardo e Paulo saíram da banda; entrou Dado Villa-Lobos na guitarra e a formação se consolidou com Renato Rocha no contrabaixo. No ano seguinte, em 1.984, lançaram o primeiro disco, intitulado apenas “Legião Urbana”. O álbum, com os hits “Será”, “Ainda é cedo”, “Por enquanto” e “Geração Coca-Cola” foi muito bem aceito pelo público e pela mídia, revelando e projetando a Legião Urbana como uma das principais bandas expoentes do rock brasileiro.
O disco “Dois”, lançado em 1.986 superou consideravelmente as vendagens do primeiro - trazia os sucessos “Eduardo e Monica”, “Quase sem querer”, “Tempo perdido” e “Índios”.
No anos seguinte, com a música que deu o título ao terceiro álbum, escrita em 1.978 para a “Aborto elétrico”, Renato Russo reforçava em “Que país é este” sua indignação com a política brasileira (ele próprio se auto-declarava um ‘anarquista-individualista’); o disco também trazia “Eu sei”, a longa “Faroeste caboclo” e “Angra dos Reis”.
A última alteração na formação da banda foi a saída de Renato Rocha que, em 1.989, no lançamento de “As quatro estações”, já não fazia mais parte do grupo.
“As quatro estações” revelou o poeta Renato Russo mais expressivo – nessa época ele assumiu publicamente sua bissexualidade – deixando canções como “Meninos e meninas”, “Quando o sol bater na janela do teu quarto”, “Pais e filhos” e “Monte Castelo” na boca da juventude.
Em 1.990, Renato Russo descobriu que era portador do vírus da AIDS, o que mudaria e muito seu comportamento – nos anos seguintes ele começou a evitar entrevistas e até as apresentações com a banda, que só se reencontrava para os arranjos e as gravações.
Em 1.991, a Legião Urbana lançou o álbum “V” (com os sucessos “Teatro dos vampiros” e “Vento no litoral”), em 1.992 o duplo ao vivo “Música para acampamentos” e, em 1.993 “O descobrimento do Brasil” (com “Perfeição”, “Vamos fazer um filme” e “Giz”).
Depois disso a banda deu uma pausa e nesse período, Renato Russo lançou dois discos solo: “The Stonewall Celebration Concert” (com letras em inglês) em 1.994 e “Equilíbrio Distante” (em italiano) em 1.995.
De janeiro a junho de 1.996, a Legião Urbana se reuniu para a gravação do último cd: “A tempestade (ou o Livro dos dias)”, um trabalho que mais parecia a despedida de Renato Russo (preste atenção na letra de “A via láctea”).
Renato Russo, o eterno poeta, morreu por volta da 01:15 h. do dia 11 de outubro de 1.996, aos 36 anos de idade, em seu apartamento no Rio de Janeiro, deixando um espaço insubstituível na música brasileira.
Em 1.997 foram lançados os póstumos “Uma outra estação” da Legião Urbana e “O último solo”, de Renato Russo, com sobras de estúdio. Em 1.998 foi lançada a coletânea “Mais do mesmo” e em 1.999 o “Acústico MTV” (gravado em 1.992), ambos da Legião.
Vale lembrar que Giuliano, o menino que todos achavam ser o filho de Renato com uma suposta modelo falecida, na verdade foi adotado por ele quando ainda era um bebê. Esse foi um dos tantos segredos que Renato Russo levou consigo (a história foi desmentida em novembro de 1.996 pela verdadeira mãe de Giuliano, na época com 7 anos)


Texto: Renato J. Oliveira             março de 2.001


(Esse texto foi publicado na edição # 20 do Informativo Mix Cultural, de 24 de março de 2.001)




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