Em 12 de junho de 1.942, Anne
Frank completava 13 anos de idade e, naquele aniversário, a menina filha de
judeus, ganhou de presente um diário. Talvez até despretensiosamente, Anne,
assim como muitas meninas da sua idade, começou a preencher seu diário com
relatos pessoais do cotidiano.
Até aí, tudo seria
perfeitamente normal, mas, o diário de Anne Frank, quando foi divulgado para o mundo, trouxe os relatos dos tristes acontecimentos da Segunda Guerra mundial, a cruel perseguição dos
nazistas contra os judeus, os negros, os deficientes, os homossexuais e outras
minorias classiais. Ela certamente nunca imaginou que seu diário teria tanta repercussão.
Anne Frank, a segunda filha
de pais judeus, nasceu em 12 de junho de 1.929, em Frankfurt, na Alemanha. Aos 4 anos, Anne e a família imigraram para a Holanda, fugindo da pressão nazista que o assassino insano Adolf Hitler
começava a promover na Alemanha.
Até 1.939 Anne e a família
(os pais e a irmã mais velha) viveram normalmente bem na Holanda, mas, como ela
mesma escreveu em seu diário, a 20 de junho de 1.942, no ano seguinte a
situação mudou: “Depois de maio de 1.940 os bons tempos se acabaram; primeiro a
guerra, depois a capitulação, seguida da chegada dos alemães... Os judeus
tinham de usar uma estrela amarela; ir para as escolas judias, não podia haver
casamentos mistos, não eram autorizados a entrar em lojas não judias, a
praticar qualquer esporte, ou sair depois das oito, ou utilizar carros, trens,
ônibus, etc.” – enfim, uma série de restrições eram impostas pelos nazistas.
Na noite de 8 de julho de 1.942, a família Frank,
carregando todas as roupas no corpo para não chamar a atenção, fugiu mais uma
vez, deixando a casa onde moravam rumo a um esconderijo (um anexo secreto nos
fundos de uma casa em Prinsengracht, Amsterdã.
Em algumas ocasiões, Anne,
escondida, observava à noite os soldados nazistas capturando judeus,
enfileirando-os: “...Ninguém é poupado, velhos, bebês, grávidas, doentes, todos
juntos na marcha da morte” e, apesar da ameaça constante de a qualquer momento
serem descobertos, Anne, assim como milhões de pessoas, sonhava com o fim da
guerra, com o direito de poder viver em paz.
Dois anos se passaram e em
1.o de agosto de 1.944, Anne escreveu em seu diário pela última vez. Três dias depois a polícia conseguiu
localizar o anexo secreto, capturando a família Frank e mais 4 pessoas que
também ali se escondiam. Ninguém teve tempo ou chance de fugir. Da Holanda foram levados à Alemanha, em
Auschwitz (campo de concentração nazista), onde os homens foram separados das
mulheres. Anne e sua irmã foram
enviadas à Bergen-Belsen onde contraíram tifo e morreram em dias diferentes de
março de 1.945, dois meses antes da Alemanha nazista se render, deixando o
trágico saldo de 6 milhões de judeus exterminados!
O pai de Anne Frank foi o
único sobrevivente do esconderijo, mas sua filha, a menina que comoveu o mundo
com seu diário, tornou-se um exemplo de esperança e perseverança. Estará sempre viva na memória desta página
tão sombria da história, uma das maiores carnificinas do século passado,
mostrando-nos o quanto o ser humano pode ser perverso e assassino quando se
desvirtua dos nobres ideais: o amor e o respeito a seus semelhantes,
independentemente de cor, raça, religião, opção sexual ou posturas.
Pra finalizar: CHEGA DE
GUERRAS! A HUMANIDADE PRECISA DE PAZ!
(este texto foi publicado na edição n.o
06 do Informativo “Mix Cultural” de 16 de dezembro de 2.000)
ALGUMAS FRASES DE ANNE FRANK:
“Compreendo mal aquele que
diz ‘sou fraco’ e permanece fraco. Se temos consciência dessa fraqueza, por que
não ir contra a corrente e corrigir esta deficiência?”
"Os pais somente podem dar bons conselhos e indicar
bons caminhos, mas a formação final do caráter de uma pessoa está em suas
próprias mãos."
" Todo mundo tem dentro de si um fragmento de boas
notícias. A boa notícia é que você não sabe quão extraordinário você pode ser!
O quanto você pode amar! O que você pode executar! E qual é o seu
potencial!"
" Que maravilha é ninguém precisar esperar um único momento
para melhorar o mundo. "
Elvis Aaron Presley nasceu na cidade de East Tupelo (East
Tupelo seria agregada mais tarde à cidade de Tupelo, formando assim uma única
cidade), no estado do Mississippi, no dia 8 de janeiro de 1935, único
sobrevivente ao parto de gêmeos univitelinos. Seu irmão, Jessie Garon, nasceu
morto. Na pequena cidade do interior dos Estados Unidos, ele aprendeu com a mãe
e o pai a ser respeitoso, independentemente de aspectos de qualquer ordem, quer
étnicos, sexuais e/ou sócio-económico-financeiros. Nos seus primeiros anos de
vida, cresceu em meio aos destroços de um furacão que devastou sua cidade no
dia 5 de abril de 1936. Esse triste fato ocasionou, mesmo o estado do
Mississipi sendo na época um centro do racismo americano, uma união entre
brancos e negros, que deixaram de lado por algum tempo, o conflito racial, tudo
em prol da reconstrução da cidade. Em parte de sua primeira infância, esteve
privado da figura do pai, preso em 1937, juntamente com o irmão de Gladys,
devido a estelionato. Somando-se a isso, a família foi despejada da sua
moradia, portanto, Gladys e Elvis tiveram que se mudar e acabaram por ir morar
com os pais de Vernon. Vernon seria libertado no ano de 1941. Em 1945, Elvis
participou num concurso de novos talentos na "Feira Mississippi-Alabama",
onde conquistou o segundo lugar e o prêmio de 5 dólares, mais ingressos para
todas as diversões. Elvis, na ocasião, cantou Old Shep, canção que retrata o
desespero de um menino pela perda de seu cão. No mesmo ano, o seu pai
presenteou-o com um violão, que passou a ser a sua companhia constante,
inclusive na escola. Elvis e a família mudaram-se para Memphis no dia 12 de
setembro de 1948. A
família Presley morou por bastante tempo em condições precárias. No período de
1948 até 1954, Elvis trabalhou em várias atividades. Foi lanterninha de cinema
e motorista de caminhão. Concluiu seus estudos em 1953. Nas horas vagas,
cantava e tocava seu violão e, eventualmente, onde possível, arriscava alguns
acordes ao piano. Reza a lenda que apreciava cantar na penumbra e até em breu
total. As suas influências musicais foram a pop da época, particularmente Dean
Martin; a country; a música gospel, ouvida na 1ªIgreja Evangélica Assembleia de
Deus da sua cidade; o R&B, capturado na histórica "Beale Street",
em sua adolescência, na cidade de Memphis; além de seu apreço pela música
erudita particularmente a ópera. Um de seus maiores ídolos era o tenor Mario
Lanza e, naturalmente, cantores gospel como J. D. Sumner, seu preferido.
Começo da carreira profissional
Em 18 de Julho de 1953 e posteriormente em 4 de Janeiro, 5
de Junho e 26 de Junho de 1954, Elvis grava algumas canções de forma
experimental, no "Memphis Recording Service", filial da Sun Records.
Entretanto, em julho de 1954, Elvis entra em estúdio e grava
outras canções iniciando assim sua carreira profissional. No dia 5 de julho de
1954, considerado o "marco zero" do rock, Elvis ensaiava algumas
canções , até que, em um momento de descontracção, de forma improvisada,
começou a cantar o blues "That's All Right, Mama" de Arthur Crudup,
provocando em Sam Phillips um grande entusiasmo. Surgia então o rockabilly, uma
das primeiras formas do rock'n and roll. "Take" realizado, nova
canção, no gênero, foi concebida; dessa vez, "Blue Moon of Kentucky",
um tema bluegrass que foi gravado com a mesma levada de "That's All Right,
Mama". Ambas comporiam seu primeiro disco, um "compacto simples"
(single). Participaram das sessões, além de Elvis e Sam, o guitarrista Scotty
Moore e o baixista Bill Black.
No dia 7 de Julho as duas canções são executadas pela
primeira vez numa rádio de Memphis, o resultado é um sucesso absoluto. Devido a
toda essa repercussão, Elvis é convidado a dar uma entrevista, sua primeira
como cantor profissional. A canção "Blue Moon Of Kentucky" chega ao
primeiro lugar na parada country da Billboard na cidade de Memphis e
"That's All Right" atinge o quarto lugar da mesma parada. Já no dia
17 de Julho ele realiza o seu primeiro espetáculo na cidade de Memphis, em 2 de
Outubro ele faz seu primeiro espetáculo fora de Memphis, a cidade escolhida foi
a capital do Country, Nashville. Em 8 de Outubro, Elvis faz sua primeira
apresentação fora do estado do Tennessee, a cidade escolhida é Atlanta na
Geórgia. No dia 16 do mesmo mês Elvis tem provavelmente o seu primeiro grande
momento na carreira, ele realiza na cidade de Shreveport no estado da Louisiana
um espetáculo que era transmitido pela rádio local de enorme sucesso na época
chamado "Louisiana Hayride", onde foi recebido de forma bastante
entusiasmada pela plateia. O ano de 1955 pode ser avaliado como a génese do
sucesso nacional de Elvis. Além das inúmeras polémicas em torno das suas
apresentações. Somando-se a isso, as suas performances em programas de rádio e
algumas apresentações em programas locais de televisão, onde ele se destaca. As
suas canções começam a fazer sucesso nacionalmente, "Mystery
Train" chega ao 11º lugar na parada nacional country da Billboard,
"Baby, Let's Play House" atinge o 5º posto na mesma parada, até
culminar com a primeira canção "número um" nos charts nacionais,
canção denominada "I Forgot To Remember To Forget". Neste mesmo ano
ele conheceria o seu empresário Tom Parker, que agenciaria sua carreira ao
longo de sua vida. Apesar dos múltiplos rumores, dos quais o próprio Elvis fora
sabedor, apenas nos anos 80 revelou-se, publicamente, seu verdadeiro nome e
nacionalidade. Parker recebera título-honorário, seu verdadeiro nome era
Andreas Cornelius van Kuijk, oriundo da Holanda e nascido em 1909. A biografia de Parker
é enormemente polêmica, controvertida e ambivalente, assim como sua função
empresarial. Em novembro de 1955, após expressiva repercussão, seu contrato foi
vendido para RCA Victor.
Fama e a consagração mundial
Em 1956, Elvis tornou-se uma sensação internacional. Com um
som e estilo que, uníssonos, sintetizavam suas diversas influências, ameaçavam
a sociedade conservadora e repressiva da época e desafiavam os preconceitos
múltiplos daqueles idos, Elvis fundou uma nova era e estética em música e
cultura populares, consideradas, hoje, "cults" e primordiais,
mundialmente. Suas canções e álbuns transformam-se em enormes sucessos e
alavancaram vendas recordes em todo o mundo. Elvis tornou-se o primeiro
"mega star" da música popular, inclusive em termos de marketing.
Muitos postulam que essa revolução chamada rock, da qual Elvis foi emblemático,
teria sido a última grande revolução cultural do século XX; já que, as bandas,
cantores e compositores que surgiram nas décadas seguintes - e fizeram muito
sucesso, foram influenciados, de alguma maneira, direta ou indiretamente por
Elvis. O que pode ser considerado verdade. O preço do pioneirismo
transformador, entretanto, é altíssimo. Elvis foi implacavelmente perseguido
pelos múltiplos segmentos reacionários estadunidenses e por todas as etnias. Os
brancos, preconceituosos burgueses representantes da classe dominante,
achavam-no vulgar, enquanto representante de uma estética popular, cuja
interface negra - o rock, "filho" também do R&B - era uma música
de negros e para negros e, por isso, considerada "menor" por aquele
grupo dominante. Já os negros, achavam que por ser uma música de origem negra,
nenhum branco deveria representá-la e divulgá-la, mormente para um faturamento
que sempre lhes fora negado. Elvis, em verdade, foi perseguido e tornou-se vítima
de muitos preconceitos por ir de encontro a um sistema estabelecido e quiçá por
ter origens humildes, um "caipira sulista", fato pelo qual ele sempre
foi discriminado.
Muitos de seus admiradores postulam que somente o seu
talento e perseverança o mantiveram "vivo" até os dias atuais e que a
descrição de que ele só fez sucesso por possuir uma aparência de certa forma
agradável, não é mais considerada como uma versão admissível pelos biógrafos
sérios e historiadores daquela época e da música, sendo consideradas nos dias
atuais como risíveis e recheadas de clichê. Mas Elvis superou as adversidades,
ainda que a pecha da vulgaridade tenha permanecido no seio dos segmentos mais
ostensivos às camadas mais populares. Tornou-se o "O Rei da Guitarra
Elétrica"! - lembram os estudiosos de sua obra, com propriedade, o gênero
que, curiosamente, menos interpretou quantitativamente; título outorgado
primeiramente pela revista Variety. Até os dias atuais, Elvis é lembrado como
um dos maiores nomes da música em todos os tempos, ainda que sua importância
maior talvez ainda esteja por ser estudada e compreendida, por epistemólogos da
Sociologia e Psicanálise, principalmente. Suas apresentações televisivas
quebraram todos os recordes de audiência, além das inevitáveis polêmicas geradas
por suas performances explosivas. Podem ser citadas como exemplos, as
interpretações de "Hound Dog" nos programas de Ed Sullivan e Milton
Berle. Um fato bastante propalado e que evidencia esse momento são as famosas
censuras em torno de suas apresentações televisivas, fato comprovado pelas
apresentações onde ele foi filmado da cintura para cima, uma em 1956 no
programa "The Steve Allen Show" e outra em 1957 no programa "The
Ed Sullivan Show". Em 1 de Abril de 1956 Elvis grava uma performance em
cores da canção "Blue Suede Shoes", cena esta que fazia parte de um
teste feito pela 20th Century Fox para o filme "Love Me Tender",
sendo que a referida cena não foi transmitida na época, tendo permanecido nos
arquivos da "FOX" até finais da década de 1980, essa talvez tenha
sido sua primeira performance em cores, afinal, naquela época a transmissão em
cores estava em seu início. Os filmes "Love Me Tender", "Loving
You", "Jailhouse Rock" e "King Creole" foram um grande
sucesso de público e, principalmente, os dois últimos, também tiveram seus
méritos reconhecidos pela crítica especializada. No mês de Outubro de 1956,
Elvis realiza um espetáculo na cidade de Dallas no estádio "Cotton
Bowl" para um público estimado de 27 mil pessoas, algo incomum para um
artista solo naqueles idos. Em janeiro de 1957, em sua última apresentação no
programa de Ed Sullivan, Elvis provocou uma enorme celeuma, quando, contra a
vontade do apresentador, cantou a música gospel preferida de sua mãe,
"Peace In The Valley". A repercussão foi imediata e polêmica,
levando-o à gravação de seu primeiro disco gospel, um EP (compacto duplo com
quatro canções). No final de 1957, um show realizado no Pan Pacific de Los
Angeles foi considerado um dos maiores momentos da carreira de Elvis, por sua
sensual e arrebatadora apresentação, considerada escandalosamente provocativa
pelos puritanos da época. No mesmo ano de 1957, Elvis se apresentou no Canadá,
os seus únicos shows fora dos Estados Unidos, em um total de cinco espetáculos
que abalaram o país vizinho. Neste ano, Elvis adquiriu a mansão Graceland, sua
eterna morada. Em 1959 conhece Priscilla Beaulieu (que tinha 14 anos na época),
que viria a ser sua mulher alguns anos mais tarde.
Ida ao Exército e morte da mãe
Em 1958, Elvis foi para o exército, uma convocação real,
facilmente descartável, porém aproveitada comercialmente por seu empresário
para expandir sua faixa de público. Transferido, permaneceu na Alemanha de
outubro de 1958 até março de 1960. Em agosto de 1958, o falecimento de sua mãe
transformar-se-ia no marco mais dramático de sua vida. Elvis jamais voltaria a
ser o mesmo no quesito pessoal.
Anos 60
O retorno do exército
Em março de 1960, Elvis retornou da Alemanha e surpreendeu o
mundo ao aceitar o convite para participar do programa de Frank Sinatra,
"The Frank Sinatra Show - The Timex Special", realizando uma de suas
melhores performances televisivas. Selou, a partir de então, uma relação de
cordialidade com seu anfitrião e com Sammy Davis, Jr. - com quem, inclusive,
ensaiou os números de orquestra -, que perduraria ao longo de sua vida. O
programa bateu todos os recordes de audiência do ano, inserindo Elvis em um
nova faixa de público e apresentado pela "Rat Pack", naquele momento,
contava com grande prestígio, razão pela qual o astuto empresário Tom Parker o
garimpara. No cinema, Elvis Presley contou com a sensível direção do veterano
Don Siegel no filme Flaming Star, um novo reconhecimento da crítica, virando um
de seus mais bem sucedidos filmes em qualidade, ainda que tenha, curiosamente,
desapontado seu público, à época, exigente de películas apenas histriônicas. No
mesmo ano de 1960, Elvis novamente surpreende e lança um álbum gospel,
contrariando o seu empresário e os proprietários da gravadora, que não viam com
bons olhos um trabalho nesse gênero musical, entretanto, seguindo seu instinto
e de certa forma querendo homenagear sua mãe, ele participa de toda a parte de
produção e no final do ano o álbum é lançado tornando-se um grande sucesso de
público e crítica. Já em 1961, Elvis realizou shows em Memphis (2) e no Hawaii
com grande sucesso de crítica e público. O show havaiano, beneficente,
concordam seus seguidores mais iniciados e alguns críticos, tornou-se
emblemático de apresentações clássicas, no gênero, no show-business. No mesmo
ano, Elvis foi homenageado com o "Dia Elvis Presley", tanto na cidade
de Memphis como no estado do Tennessee. Elvis provava que sua ida ao Exército e
o fim da década de 50 não abalaria seu sucesso e que alguns de seus álbuns na
década de 60 tornariam-se clássicos, sendo avaliados como alguns dos melhores
de sua carreira.
Hollywood, bons e maus momentos
No período de 1960 até 1965, os seus filmes são um grande
sucesso de público no mundo inteiro. Alguns críticos mais generosos, ainda que
implacáveis acerca da qualidade duvidosa das películas, clamavam por melhores
oportunidades e personagens para Elvis Presley que, entretanto, envolvido em
uma ciranda mercadológica, não se dispunha a aprender o ofício e frequentar
Escolas de Artes Cênicas confiáveis, para aprimorar-se no ofício - a exemplo de
Marlon Brando, e muitos outros. Ainda assim, sua versatilidade esteve presente
e vários gêneros foram visitados, sendo elogiado por algumas de suas
performances, mesmo os roteiros não sendo avaliados como satisfatórios, ou
seja, ele fazia a sua parte com méritos, mesmo não possuindo material de
qualidade - entre os gêneros apresentados em seus filmes podem ser destacados,
"musical", "faroeste", "drama" e
"comédia" - os maiores e melhores destaques nesse período foram, Flaming
Star (1960), Wild In The Country (1961), Follow That Dream (1962), Kid Galahad
(1962), Fun in Acapulco (1963), Viva Las Vegas (1964), Roustabout (1964). A
partir de 65, seus filmes e trilhas-sonoras perderam qualidade drasticamente,
configurando período de grande alienação e tédio pessoal para o artista.
Durante as filmagens de "Viva Las Vegas", em 1963, os protagonistas,
Elvis e Ann-Margret, sueca de beleza estonteante, apaixonaram-se intensamente;
o que legou bons resultados ao produto final. E muita especulação na mídia. O
filme "Viva Las Vegas" é considerado um de seus melhores momentos no
cinema, sendo muito elogiado até os dias atuais.
Elvis Presley e The Beatles
No dia 27 de agosto de 1965, Elvis e a banda inglesa The
Beatles encontraram-se no âmbito doméstico, sem evidências, até agora, de
qualquer produto áudio/visual relevante. A única imagem alusiva ao encontro de
Elvis e Beatles é uma foto em que John Lennon aparece saindo da casa de Elvis.
No documentário The Beatles Anthology, de 1996, os ex-beatles Paul McCartney,
George Harrison e Ringo Starr, confirmaram jamais terem tocado com Elvis, e que
somente John Lennon o fizera. No mesmo documentário, Ringo, para os biógrafos
confiáveis, a grande estrela da noite em simpatia e camaradagem geral, comentou
ter jogado futebol com Elvis.
Virada na carreira
Apesar da fase de pouca qualidade em seus filmes e
respectivas trilhas-sonoras, o ano de 1967 será lembrado pelo lançamento do
disco que seria considerado um "divisor de águas" na carreira de Elvis,
o gospel How Great Thou Art; decorrente de radical mudança em sua produção
musical. O álbum surpreendeu o mundo, gradativamente, transformou-se em um
grande sucesso de crítica e público; sendo, posteriormente, agraciado com um
honroso Grammy, o Oscar da música. De alguma forma, o fonograma - de grande
qualidade - e seus resultados, aguçou e excitou musicistas, produtores, fãs e o
grande público. Bem produzido e com peças esmeradas, Elvis Presley dera
indícios de sua vitalidade e criatividade, ainda em franca ascensão e plena
maturidade musical. Fundou-se, portanto, um tempo de bons arranjos e melhor
seleção musical. Ocorreram profundas mudanças em seus tons, na própria
tessitura vocal e, consequentemente, em seus registros. Gradativamente, a
própria extensão seria privilegiada, com comprometimento da afinação.
No mesmo
ano, Elvis Presley finalmente casou-se com Priscilla Beaulieu, já residente em
Graceland, Memphis, desde meados da década, o matrimônio foi realizado na
cidade de Las Vegas. Nesse período, entre 1967 e 1968, foram lançados alguns
compactos muito elogiados; realmente, enormemente criativos e interessantes -
goste-se ou não de Elvis Presley, reconhecerão seus ouvintes. Tudo devido as
sessões de gravação ocorridas ainda em 1966, mais precisamente em maio e junho,
onde o repertório foi sendo aprimorado qualitativamente, gerando além do álbum
"How Great Thou Art", outras canções de bom nível como
"Indescribably Blue", "I'll Remember You" e "If Every
Day Was Like Christmas". O mesmo pode ser percebido em 1967 em canções
como "Suppose", "Guitar Man", "Big Boss Man",
"Singing Tree", "Mine", "You'll Never Walk
Alone". No período de 66/67, Elvis realiza várias sessões caseiras, onde
ele interpreta várias canções de vários estilos e épocas distintas, mostrando
um talento intuitivo e natural, no entanto, essas gravações só caíram no
conhecimento do público, em sua grande maioria, no final da década de 1990. Em
1 de fevereiro de 1968 nasce a sua primeira e única filha: Lisa Marie Presley.
Elvis NBC TV Special
Em 28 de Junho de 1968 começou a gravação de um especial que
seria lançado em dezembro de 1968, especialmente para o Natal, Presley gravaria
por 3 dias seguidos, quatro shows, dois sentado com a antiga banda em 28 e em
29 gravaria mais dois shows, agora sem a sua banda, sozinho no palco. Dia 30,
último dia de gravações, Presley cantou algumas canções atuando. Elvis Presley
apresentou-se nacionalmente para a televisão estadunidense, o Elvis NBC TV
Special; em um mega-programa que, a posteriori, seria considerado o primeiro
acústico da história. Em performance considerada até os dias atuais como
magistral, Presley foi aclamado pelo público e crítica especializada. Coronel
Tom Parker, lendário empresário do artista, vislumbrara um programa piegas,
tradicional e conservador, no entanto, devido a grande empatia estabelecida
entre Presley e o então jovem produtor Steve Binder, realizou-se um espetáculo
contundente e ousado; inclusive com cenas interditadas pela "Censura
Federal" daqueles idos. Neste especial, que foi ao ar poucos meses depois
da morte de Martin Luther King, assassinado em abril na cidade de Memphis, e
por isso mesmo no auge do racismo, Elvis apareceu ao lado do grupo vocal
chamado "The Blossoms", grupo que era composto por três mulheres
negras (Fanita James, Jean King, Darlene Love) no horário nobre, fato que
causou uma grande polêmica. Um trabalho reconhecidamente antológico e pioneiro.
Foram apresentados clássicos dos anos 50, algumas canções da década de 1960 e,
ainda outras, inéditas. "Tiger Man" (lançada no disco Elvis Sings
Flaming Star), "Baby, What You Want Me To Do", "Up Above My
Head", "Nothingville", "If I Can Dream",
"Memories" e "Saved", estiveram no roteiro, de um programa
dividido em sets; entre "jam sessions" eletrizantes e performances
clássicas em cenários monumentais e arranjos grandiosos - elaborados pela
competente orquestra da NBC. Elvis Presley atingira maturidade artística.
A volta aos espetáculos
No ano de 1969, Elvis retornou aos palcos, após 8 anos de
afastamento voluntário do contato direto com o público. O lugar escolhido foi
Las Vegas, onde passou a realizar várias temporadas anuais regularmente;
aclamadas pela crítica e público. Vegas, seria, em verdade, sua grande escola.
Elvis não fora "crooner", não passara anos a fio cantando na noite e
saíra do anonimato para o esplendor em muito pouco tempo. Nos anos 50, suas
apresentações explosivas eram, em verdade, espontâneas e intuitivas; tão
fascinantes como, de certa forma, ingênuas e amadoras. Pois, a partir deste
1969, Elvis Presley amadureceria sua performance e tornar-se-ia um cantor
experiente e com domínio cênico, além de ser avaliado como fantástico pela
crítica da época, além de profissional e exuberante. E excêntrico, com suas
roupas ainda mais extravagantes e estilizadas. O ano de 1969 também seria
marcado por sessões de gravação muito produtivas e pela escolha de um
repertório e equipe musical de grande qualidade. A resposta foi imediata:
"Suspicious Minds", "In the Ghetto" e "Don't Cry Daddy"
tornam-se "big hits" em todo o mundo. Por razões contratuais,
concluiu seus últimos filmes de ficcção, que pouco interesse despertaram,
tampouco a um Elvis reinventado em criatividade, vigor e emoção.
Anos 70
Na estrada
O ano de 1970 denotou um grande amadurecimento cênico e
vocal de Elvis Presley, em relação ao anterior. Novas temporadas em Las Vegas
ocorreram, com mudanças radicais em repertório - mais versátil e atualizado
para aqueles dias -; shows avaliados como eletrizantes, tanto pela crítica como
pelo público, porém com roteiros mais elaborados. Muitas dessas apresentações
foram gravadas e deram origem a discos como "On Stage". Pela primeira
vez no mundo, um artista prescindia de seu nome na capa - no original. Um novo
marco! Apesar do grande sucesso, segmentos da crítica e dos estudiosos do
show-business temiam que a rotina de espetáculos em Vegas, terra de pouca
inventividade, pudessem tornar Elvis alienado e desmotivado, o que
definitivamente não ocorreu. No mesmo ano, após seu retorno às apresentações ao
vivo, Parker e Presley iniciaram uma série de grandes espetáculos históricos e
considerados magistrais, mesmo na época de sua realização; e inventaram,
gradativamente, uma nova concepção de shows: as "mega-tours". Presley
fez 6 shows no Astrodome, em Houston, onde quebrou todos os recordes de
público, reunindo 43.000 pagantes na quarta apresentação. Um recorde impensável
para aqueles idos!
That's The Way It Is
No mesmo ano de 1970, Elvis surpreendeu o show-business com
a realização do documentário That's The Way It Is, filmado nos meses de julho e
agosto, com cenas de estúdio e ao vivo; lançado no final do ano nos Estados
Unidos - e, no ano seguinte, no Brasil. A película foi recebida com sucesso
estrondoso, particularmente no Japão, onde quebrou recordes de público, com
filas intermináveis. Tornou-se um mega-sucesso, dirigida pelo então jovem e
talentoso diretor Dennis Sanders; com quem, entretanto, Elvis não chegou a
estabelecer uma relação confortável. Elvis tornara-se um artista maduro e um
"entertainer" cativante, para vários públicos. O karatê, uma de suas
paixões, passou a ocupar ainda mais espaço cênico em suas coreografias. No
final do ano, Elvis encontrou o Presidente Richard Nixon, em episódio insólito
e controvertido biograficamente. Em 1971, Elvis foi agraciado com duas
importantes premiações, a primeira logo em janeiro, se referia ao prêmio
concedido pela "Câmara Júnior de Comércio Estadunidense" em relação
as dez pessoas mais importantes da américa em 1970. Seguindo-se a isso o prêmio
denominado Grammy Lifetime Achievement Award, uma espécie de "conjunto da
obra", foi concedido pelo Grammy ao rei da Guitarra Elétrica.
On Tour e Nova Iorque
Entre 1970 e 1972, Elvis Presley realizou, com enorme êxito,
várias turnês pelos Estados Unidos e, motivado pelo grande sucesso de
"That's The Way It Is", um novo filme foi idealizado; desta feita, na
tentativa de capturar a intimidade e o ritmo frenético do astro e seus fãs
nestas empreitadas. Então, em 1972, concluiu-se o documentário Elvis on Tour,
de concepção bastante moderna para a época, vencedor do Globo de Ouro daquele
ano, em sua categoria. Também em 1972, Elvis apresentou quatro mega-espetáculos
em Nova Iorque, no lendário Madison Square Garden. Novos recordes foram
quebrados, de público e arrecadação. A imprensa local foi ao delírio com ótimas
críticas, como as do "New York Times": "É lindo por que ele faz
o que sabe fazer de melhor. Sexta feira a noite, no Madison Square Garden, foi
assim. Ele ficou ali parado, no final, seus braços abertos, a grande capa dourada
dando-lhe asas. Um campeão. Único em sua liga.", ou então, "Como um
príncipe de outro Planeta". Insolitamente, suas únicas performances em
palcos da cidade. Grandes celebridades do "show-business" estiveram
presentes aos shows, amplamente noticiados em todo o mundo, inclusive no
Brasil. Entre outros, Art Garfunkel, Eric Clapton, John Lennon e David Bowie -
atrasado pelo grande congestionamento do trânsito -, mostraram-se encantados.
Divórcio
Nesta época, Elvis e Priscilla sofriam uma crise no casamento.
Ela reclamava que ele estava muito distante dela por causa de seus shows, além
de existirem casos de infidelidade dos dois lados. Tudo isso causou, em
fevereiro de 1972, o fim de seu casamento, ainda de maneira informal,
causando-lhe imenso impacto e progressivo transtorno pessoal. Em janeiro de
1973, ele pede o divórcio definitivo. Ironicamente, Elvis viveu um ano triunfal
profissionalmente, retornando, glorificado, ao primeiro lugar das paradas
mundiais de sucesso com a canção "Burning Love".
Aloha from Hawaii
Apesar de estar mergulhado em problemas pessoais e de saúde,
mas no auge como artista, em 14 de janeiro de 1973, Elvis Presley realizou o
primeiro show via satélite do mundo, transmitido, ao vivo, para muitos países -
inclusive o Brasil, pela Rede Tupi - e, posteriormente, para quase todo o
planeta. O especial, Aloha from Hawaii, foi assistido por aproximadamente 14
milhões de telespectadores - número surpreendente para aqueles dias. Nos
Estados Unidos, sucesso estrondoso, foi ao ar em abril de 1973, tendo recebido
o seguinte comentário no editorial do jornal The New York Times: "Elvis
superou sua própria lenda!" No Brasil, foi ao ar novamente em abril do ano
seguinte, 1974, com grande êxito. O álbum duplo, inaugural do sistema "quadrafônico",
uma espécie de ancestral do "home theater", foi imediatamente
colocado no mercado, atingindo rapidamente o marco de 1 milhão de cópias
vendidas.
A volta a Memphis
Apesar do aumento dos problemas pessoais e uma crescente
piora em sua saúde com o visível aumento de peso, Elvis consegue empolgar em
muitos de seus shows a partir de 1974, seus espetáculos foram se transformando,
onde era priorizado a qualidade e grandiosidade das canções e sua voz que
atingia cada vez mais o seu auge. O ano de 1974, artisticamente, foi deveras
criativo para Elvis Presley e poderia ter se tornado a pedra fundamental para
uma nova grande guinada em sua carreira e vida pessoal, o que aconteceria em
parte, especialmente em alguns espetáculos em Las Vegas, onde Elvis inovou em
seu repertório, bem como em seus trajes, bastante distintos em relação aos
usados na época; Após 13 anos ausente dos palcos de Memphis, sua residência,
neste 1974 Elvis voltou a apresentar-se na cidade, triunfalmente. O show do dia
20 de março foi gravado, garantindo-lhe novo Grammy pela performance de
"How Great Thou Art", um clássico do cancioneiro religioso. Até hoje,
o feito expressivo é referenciado como de grande relevância em sua carreira,
por fãs e interessados em música e sua história. Enormemente insatisfeito com
os rumos dados à carreira por seu empresário Tom Parker - repertório,
gravadora, Las Vegas, recusas de bons roteiros cinematográficos -, Elvis chegou
a demiti-lo mas, posteriormente, indiretamente desautorizado por familiares -
desinteressados no rompimento -, voltou atrás; muito frustrado e insatisfeito.
Últimos anos
Ainda no ano de 1974, Elvis voltou a se apresentar no
Astrodome, de Houston, estádio monumental, jamais contemplado com tal magnitude
de um espetáculo de música popular. Novos recordes foram quebrados, superiores
aos próprios, de 1970. Em um segundo show, 44.175 pagantes foram
contabilizados; público até então inimaginável para um concerto de um único
artista. Além de Houston, realizou shows históricos em Los Angeles, no mês de
maio; prestigiado inclusive por artistas e bandas das novas gerações, então no
auge, como um eufórico e entusiasmado Led Zeppelin. Uma única sessão de
gravação foi realizada no ano seguinte, 1975, quando, no último dia do ano,
Elvis Presley quebrou novo recorde de público para um artista solo até então,
apresentando-se para 62 mil pessoas. Segmento de seus biógrafos afirmam que
este seria seu último ano primoroso artisticamente; Elvis realiza shows
históricos em sua carreira, sendo elogiado por todos, propiciando o seguinte
comentário do jornal The New York Times: "Cada vez mais Presley melhora
sua voz atingindo excelentes notas vocais. Ele ainda é o rei nos palcos.",
referindo-se aos shows de "Uniondale" no condado de Nassau no estado
de Nova Iorque. Muitos afirmam que os alguns dos melhores shows de Elvis em
toda a carreira foram realizados em 1975. No mesmo período são lançados
dois dos melhores álbuns de Elvis na década de 70, Elvis Today e Promised Land.
Entretanto, pessoalmente, seus percalços se somavam gradativamente. Em 1976,
ano em que realizou mais de 100 mega-espetáculos, Elvis voltou a apresentar-se
no último dia do ano, na cidade de Pittsburgh; reconhecido pela crítica e
público como um dos seus últimos grandes espetáculos de qualidade; para os fãs,
antológico! Elvis Presley subiu aos palcos regularmente, de forma sofrível, ao
longo dos seis primeiros meses de 1977, com a saúde visivelmente deteriorada.
No mês de junho, teve espetáculos filmados pela rede de televisão CBS,
vislumbrando um vindouro mega-especial, a ser levado ao ar em cadeia nacional
oportunamente.
Morte
Na noite de 15 de Agosto Elvis vai ao dentista por volta das
11:00 da noite, algo muito comum para ele. De madrugada ele volta a Graceland,
joga um pouco de tênis e toca algumas canções ao piano, indo dormir por volta
das 4 ou 5 da madrugada do dia 16 de agosto. Por volta das 10 horas Elvis teria
levantado para ler no banheiro, o que aconteceu desse ponto até por volta das
duas horas da tarde é um mistério. O desenlace ocorreu, possivelmente, no final
da manhã, no banheiro de sua suite, na mansão Graceland, na cidade de Memphis,
no Tennessee. Os fatores predisponentes sistêmicos, os hábitos cotidianos e as
circunstâncias que culminaram com a morte de Elvis Presley, são dos pontos mais
polêmicos e controvertidos entre seus biografos e fãs. Elvis só foi encontrado
morto no horário das duas horas da tarde por sua namorada na época, Ginger
Alden. Logo após, o seu corpo é levado ao hospital "Memorial Batista"
e sua morte confirmada.
A morte de Elvis Aaron Presley no dia de 16 de agosto de
1977, causada por colapso fulminante associado à disfunção cardíaca,
surpreendeu o mundo, provocando comoção como poucas vezes fora vista em nossa
cultura. Os fãs se aglomeraram em maior número em frente a mansão. As linhas
telefônicas de Memphis estavam tão congestionadas que a companhia telefônica
pediu aos residentes para não usarem o telefone a não ser em caso de
emergência. As floriculturas venderam todas as flores em estoque. O velório
aconteceu no dia 17. Alguns, dos milhares de fãs, puderam ver o caixão por
aproximadamente 4 horas.
Por volta das 3 da tarde do dia 18 de agosto a cerimônia
para familiares e amigos foi realizada, com canções gospel sendo cantadas pelos
"Stamps" (Grupo vocal gospel) e por Kathy Westmoreland (cantora),
ambos fizeram parte do grupo musical de Elvis na década de 1970. Após a
cerimônia todos foram levados até o cemitério em limusines, logo em seguida o
corpo de Elvis é enterrado. Mas para os fãs e apreciadores de artistas que viraram
ícones, a morte física de Elvis pouco importa. E para seus admiradores,
enquanto houver desejo e emoção, Elvis Presley viverá.
Depois de sua morte
Depois de seu falecimento, vários acontecimentos tornaram
Elvis Presley ainda mais famoso e até, segundo alguns, memorável;
consequentemente, mais pessoas tornaram-se fãs de sua obra. Posto o ídolo,
inaugurou-se o mito, eterno, redentor e fonte inesgotável de idealizações. Seu
sucesso foi, e ainda é, astronômico! Em 1979 foi realizado o primeiro filme biográfico,
para a TV, chamado "Elvis"; no Brasil, intitulado "Elvis Não
Morreu", interpretado por Kurt Russell. Em 1981, produziu-se um
documentário, avaliado como excelente, denominado This is Elvis; no Brasil,
"Elvis o Ídolo Imortal". No ano seguinte, abriu-se ao público, ainda
em caráter bastante amador, a mansão Graceland; ainda habitada por alguns
parentes. No ano de 1984, Elvis Presley foi homenageado pela fundação do blues
e pela academia de música country. Posteriormente, em 1985, lançou-se com enorme
sucesso, sendo considerado pela crítica da época como ótimo, o livro
"Elvis e Eu", escrito por Priscilla Presley e Sandra Harmon; que
seria transformado, em 1988, em filme para a TV, também muito bem sucedido.
Passado o impacto de sua morte, os primeiros anos da década de 1980 foram de
relativa obscuridade para Elvis Presley. O livro de Priscilla foi um importante
"divisor de águas" para dias mais prósperos. Prosseguindo com as
homenagens, em 1986, Elvis entrou para o hall da fama do rock, na categoria de
sócio - fundador. Em 1987, a
American Music Awards lhe concedeu – "in memoriam" - prêmio pelo
conjunto da obra. A mansão Graceland foi considerada patrimônio histórico dos
Estados Unidos "(national register of historic places)", em 1991.
Elvis Presley, com justiça, foi agraciado com o título de sócio - fundador do
hall da fama do rockabilly, em 1997. Nesse mesmo ano, realizou-se, pela
primeira vez, o mega-espetáculo "Elvis The Concert", com suas imagens
em telão, musicistas de sua banda ao vivo e orquestra. Em 1998, nova homenagem,
desta feita, ingressou no hall da fama do country e, em 2001, seria a vez do
hall da fama do música gospel. Em 2002 uma nova "Elvismania" tomou
conta do mundo. Elvis Presley foi "redescoberto", graças a uma
manobra genial da Elvis Presley Enterprises, de biógrafos-colecionadores e de
um DJ holandês. O remix da canção "A Little Less Conversation" e o
disco Elvis: 30 #1 Hits obtiveram estrondoso sucesso em todo o mundo,
apresentando o artista às novas gerações. No ano seguinte, novo êxito, com
grande destaque mundial para o remix de "Rubberneckin", seguido pelo
CD 2nd to None. Entusiasmada com as vendagem, a "máquina"
disponibilizou, em 2004, dois pacotes de DVDs de dois dos seus maiores momentos
televisivos: os especiais "Elvis NBC TV Special" e o "Aloha from
Hawaii", novos recordes de vendagem. Nesse mesmo ano, Elvis Presley foi
elevado à categoria de sócio - fundador do hall da fama da música britânica. O
filme Jailhouse Rock galgou patamar honroso entre os filmes estadunidenses; imortalizado,
também em 2004, entrando para o "Registro Nacional de Filmes" dos
Estados Unidos. No ano de 2005, o 70º ano de seu nascimento foi celebrado. Em
uma histórica votação realizada pelo site AOL, maior grupo de comunicação do
mundo, Elvis Presley foi eleito o 8º maior estadunidense de todos os tempos, em
todas as áreas; o 5º do século XX e o 1º dentre os artistas. No ano de 2006,
Graceland foi designada como "lugar histórico americano" (national
historic landmark) pelo ministro do interior dos Estados Unidos. Até 2006,
quase trinta anos após sua morte, Elvis vive; e acresce dezenas de milhões de
dólares anualmente ao seu espólio.
Elvis in Concert
Inicialmente pensado para dezembro, o programa especial
Elvis in Concert foi levado ao ar em outubro e registrou uma das maiores
audiências da história da rede americana CBS. Ainda que portador de imagens
constrangedoras de sua fisionomia e condições físicas, o programa mostrou-nos
um profissional despojado e empenhado em tentar superar-se e apresentar-se da
melhor forma possível. Entretanto, o que poderia ter sido uma catástrofe para a
sua carreira em vida, emocionou um mundo saudoso e agradecido. Musicalmente, o
programa mostrou um Elvis Presley apegado ao seu maior trunfo, sua verve de
grande intérprete e, munido de maturidade e extensão vocal surpreendente, mais
uma vez impactou a todos com a profundidade e eloquência de suas
interpretações, mais uma vez revolucionárias. Até agosto de 1977, Elvis vendera
100 milhões de discos, entre 150 álbuns e singles; superior a qualquer outro
artista. Até 2005, estima-se por volta de 100 milhões de exemplares, recorde
absoluto, coroado com centenas de discos de ouro, platina e, mais recentemente,
multi-platina. Entre seus muitos prêmios, estão 14 indicações ao Grammy, com 3
premiações; cabe destacar, justíssimas; mormente se considerarmos os prêmios
anteriormente não outorgados, possivelmente, por preconceito. E segundo alguns,
porque Elvis Presley foi um artista popular, um sujeito - desde sempre - a
frente do seu tempo; inserido em uma engrenagem sócio-histórica-cultural
bastante complexa, e para os mesmos, não é pouca coisa.
Atualidades
Nos dias atuais, Elvis é considerado por seus fãs, assim
como alguns especialistas, e até nomeado por algumas pesquisas, como um dos
melhores cantores populares do século XX, sua voz, reconhecem os especialistas,
era poderosa e possuía um timbre destacado, principalmente a partir da metade
dos anos 60, era detentor de uma surpreendente musicalidade, cantando em vários
ritmos e, em algumas oportunidades, em outros idiomas - quer alemão, espanhol e
italiano - além de uma rara capacidade interpretativa; toda essa avaliação em
torno da voz de Elvis deve-se em grande parte a análise por parte das pessoas
que gozam de uma certa noção do melhor de cada cantor, ou seja, o auge da
carreira de cada um desses artistas, e até mesmo a comparação das versões de
canções interpretadas por quase todos os cantores, como exemplo podemos citar
os clássicos "My Way", "Danny Boy", "Impossible
Dream", "You'll Never Walk Alone", entre outras. Barítono,
fez-se, com méritos, baixo (voz grave masculina) e tenor, em algumas
oportunidades. Indiscutível é sua versatilidade e potência vocal:
possivelmente, jamais houve um cantor tão eclético ritmicamente! Na contemporaneidade,
parte da indústria fonográfica, ao visitar sua biografia, o reconhece,
inclusive, como bom produtor musical, além de arranjador; Elvis, como já
comprovado pelas biografias lançadas, (hoje podemos ver também vários de seus
ensaios com seus músicos em vídeos)sua atuação/participação nos [arranjos]
andamento (ritmo que a música deveria ter), arranjos vocais, instrumentais etc;
e nos discos que retratam o seu trabalho em estúdio, participava efectivamente
das principais e mais elogiadas obras em estúdio de sua discografia. Elvis, ao
contrário de nomes como Beatles e Michael Jackson, nunca dispôs da companhia de
grandes produtores musicais, os produtores de Elvis são avaliados como
regulares e em alguns momentos como de bom nível, mas nada comparado a produtores
como Quincy Jones, George Martin, Phil Spector, entre outros, que de certa
forma auxiliaram intensamente a carreira de nomes como Beatles, Michael Jackson
e a até mesmo o início da carreira solo dos ex-beatles e que grande parcela do
sucesso e reconhecimento no auge das respectivas carreiras dos artistas já
mencionados, foram graças a seus produtores; igualmente, sobretudo os mais
entusiasmados, é reputado como um instrumentista virtuoso. Já como ator, fez o
que lha cabia, com profissionalismo e, em algumas oportunidades, conquistou
reconhecimento por seu empenho e até mesmo, talento.
A voz de Elvis
Elvis dispunha de um registo vocal muito flexível e eclético
para quem nunca teve aulas de canto ou mesmo ensino teórico convencional.
Elvis, barítono, conseguia atingir 3 oitavas e, por vezes, atingir o registo
vocal de tenores e baixos, talvez, devido a esses fatores, muitos conhecedores
de sua obra, fãs propriamente, chamam-no de A Voz.
Segundo aqueles que são ávidos de apresentações ao vivo de
Elvis, principalmente da década de 1970, ele demonstrava com maestria o seu
poder vocal, e que até os dias atuais, ainda impressiona aqueles que não
conhecem a sua carreira em sua forma mais abrangente; Elvis atingia em muitas
de suas performances o chamado "dó de peito", que corresponde a nota
musical "Sol 3", feita com voz de cabeça - como se fosse um falsete.
Para surpresa de alguns iniciantes em sua vasta obra, Elvis
já dava sinais de grande poder vocal já na década de 1950, principalmente em
notas graves, a gênese desse futuro fenômeno vocal se deu, na avaliação de
alguns, no ano de 1957. Dando prosseguimento a sua evolução como intérprete,
Elvis atingiria na década seguinte, uma maturidade vocal bastante elevada,
tanto em notas graves e agora também, em notas agudas; um marco dessa evolução,
seria o álbum How Great Thou Art, gravado em 1966 e lançado logo em seguida, no
início de 1967.
Elvis deu início à sua carreira profissional com apenas 19
anos de idade, portanto, o período de transição da adolescência para a fase
adulta, a chamada puberdade, onde, a voz de Elvis estava em plena
transformação, atingido assim a sua maturidade nos anos posteriores.
Com o uso constante da voz, as pregas vocais vão se tornando
mais resistentes, respondendo muito melhor e mais prontamente, permitindo assim
ao cantor atingir notas mais agudas e melhorar a qualidade sonora como um todo,
fazendo assim de sua voz um verdadeiro instrumento, como dizem que era o caso
de Elvis Presley.
O grande desafio de quem privilegia a extensão é a afinação,
canto extremamente técnico, e Elvis conseguiu em várias oportunidades a
conciliação difícil, segundo os especialistas. Uma das notas mais difíceis de
se atingir é o "dó acima dó central", e Elvis atingiu muitas vezes em
espetáculos ao vivo durante a década de 70, dito por especialistas.
Com um extenso alcance vocal e sua técnica de certa forma
operesca, principalmente na década de 70, Elvis Presley se notabilizou por ser
um dos mais impressionantes exemplos do que um cantor pode fazer com sua voz,
transformando-a em um verdadeiro instrumento, provocando até dúvida em algumas
pessoas, com os seus ceticismos, se as performances são mesmo de autoria de
Elvis.
Exemplos
Anos 50:
"I Believe", "Peace In The Valley", "Don't",
"My Wish Came True", "Loving You", "Lonesome
Cowboy", "Oh Little Town Of Bethlehem", "I'll Be Home For
Christmas", "Steadfast Loyal and True", entre outras.
Anos 60:
"Like a Baby", "El Toro", "Can't Help Falling in
Love", "Guadalajara", "Viva Las Vegas", "Santa
Lucia", "Somebody Bigger Than You and I", "If I Can
Dream", "Charro", "Edge of Reality",
"Surrender", "How Great Thou Art (estúdio), entre outras.
Anos 70:
"Unchained Melody", "Hurt", "How Great Thou Art"
(ao vivo), "I'll Never Fall In Love, Again", "América The
Beautifull", "An American Trilogy", "What Now My
Love", "Rags To Riches", "It's Now Or Never" (em
versões ao vivo), "My Way", entre muitas outras;
Discografia
Década de 1950
Elvis Presley (1956)
Elvis
(1956)
Love Me
Tender (1956)
Peace In
The Valley (1957)
Loving You
(1957)
Jailhouse
Rock (1957)
Elvis
Christmas Album (1957)
King Creole
(1958)
Década de 1960
Elvis is
Back! (1960)
G.I. Blues
(1960)
His Hand in
Mine (1960)
Something
for Everybody (1961)
Blue Hawaii
(1961)
Follow That
Dream (1962)
Pot Luck
(1962)
Kid Galahad
(1962)
Girls!
Girls! Girls! (1962)
It Happened
at the World's Fair (1963)
Fun in
Acapulco (1963)
Kissin'
Cousins (1964)
Viva Las
Vegas (1964)
Roustabout
(1964)
Girl Happy
(1965)
Tickle Me
(1965)
Elvis For
Everyone (1965)
Harum
Scarum (1965)
Frankie and
Johnny (1966)
Paradise,
Hawaiian Style (1966)
Spinout
(1966)
How Great
Thou Art (1967)
Easy Come,
Easy Go (1967)
Double
Trouble (1967)
Clambake
(1967)
Speedway
(1968)
Elvis Sings
Flaming Star (1968)
Elvis NBC
TV Special (1968)
From Elvis
in Memphis (1969)
From
Memphis To Vegas/From Vegas To Memphis (1969)
Década de 1970
Let's Be
Friends (1970)
On Stage
(1970)
Almost In Love
(1970)
Elvis:
That's The Way It Is (1970)
Elvis
Country (1971)
Love
Letters from Elvis (1971)
Elvis Sings
the Wonderful World of Christmas (1971)
_________________________________________________________________________________ Nasci no ano em que Elvis morreu (1977) e desde os meus 9 anos de idade aprecio a sua música. Lembro-me como se fosse hoje do dia em que comprei meu primeiro LP de Elvis Presley ("Disco de ouro"), com os maiores sucessos do início da carreira do Rei. Eu tinha 10 anos...No total, cheguei a ter 18 LPs de Elvis e os meus preferidos (ainda hoje) eram: "Elvis: That's The Way It Is (1970)", "Elvis Now (1972)", " Aloha from Hawaii (1973)" e "Moody Blue (1977)". Uma música que marcou muito minha infância, minha vida é "How the web was woven" do álbum "Elvis: That's The Way It Is". Fantástica! Abaixo, um clip/slide com a referida música.