29.3.12

Gira mundo


Tinha bons propósitos de vida, 
tão grande era a sua empolgação,
apesar de uma vida sofrida
jamais perdeu sua convicção.

GIRA MUNDO, PODE GIRAR,
MAS TRAGA MUDANÇAS
PARA  BENEFICIAR.



Mas um dia, eis a decepção:
atingido pela crise, se viu desempregado,
sem rumo e sem chance não via solução;
mais um marginal criado pelo Estado!

GIRA MUNDO, PODE GIRAR,
MAS TRAGA MUDANÇAS
PARA  BENEFICIAR.



Depois de procurado, ele foi capturado,
julgado por seus crimes, condenado à prisão.
“Meu Deus, o que acontece, eu estou desesperado,
eu juro, não queria, mas não via solução.”


GIRA MUNDO, PODE GIRAR,
MAS TRAGA MUDANÇAS
PARA NOS BENEFICIAR.




Renato J. Oliveira            16 de maio de 1.998


26.3.12

Renato Russo, o imortal poeta da Legião Urbana




Renato Russo, o já imortalizado poeta do rock nacional, nasceu no dia 27 de março de 1.960, no Rio de Janeiro, filho de Renato Manfredini e Maria do Carmo Manfredini, batizado de Renato Manfredini Júnior (o ‘sobrenome’ Russo  ele adotou na juventude em homenagem aos filósofos Jean-Jacques Rousseauu e Bertrand Russel e ao pintor Henry Rousseau).
Filho de pais de classe média, Renato Russo morou dos 7 aos 10 anos de idade em Nova Iorque e, em 1.970, retornou com os pais ao Rio de Janeiro, onde viveriam por mais 3 anos, até mudarem-se para Brasília.
Aluno de inteligência notável, aos 15 anos Renato Russo já dava aulas de inglês, porém, um triste acontecimento viria a interromper suas atividades. Com uma doença nos ossos, de fundo virótico, chamada epifisiólise – agravada na mesma época – Renato Russo foi obrigado a usar uma cadeira de rodas até os 17 anos, sofrendo mais tarde com as fortes dores conseqüentes de uma operação para a colocação de pino de platina. Como as dores eram constantes, Renato isolou-se em casa, passando a dedicar-se profundamente à leitura, à escrita e, em especial, à música, que naquela época começava a ganhar novas dimensões no rock brasileiro.  Com o surgimento do punk, as ideias de protesto e contestação transmitidas pelas bandas punkrockers, ganharam a simpatia do jovem Renato Russo.
Em 1.978, já recuperado da epifisiólise, Renato formou a banda punk “Aborto Elétrico”, lá mesmo em Brasília.
Porém, onde ele verdadeiramente se consagraria como cantor e compositor seria na Legião Urbana, formada em 1.982, com os amigos Marcelo Bonfá (bateria), Eduardo Paraná (guitarra) e Paulo Paulista (teclados).
Em 1.983, Eduardo e Paulo saíram da banda; entrou Dado Villa-Lobos na guitarra e a formação se consolidou com Renato Rocha no contrabaixo. No ano seguinte, em 1.984, lançaram o primeiro disco, intitulado apenas “Legião Urbana”. O álbum, com os hits “Será”, “Ainda é cedo”, “Por enquanto” e “Geração Coca-Cola” foi muito bem aceito pelo público e pela mídia, revelando e projetando a Legião Urbana como uma das principais bandas expoentes do rock brasileiro.
O disco “Dois”, lançado em 1.986 superou consideravelmente as vendagens do primeiro - trazia os sucessos “Eduardo e Monica”, “Quase sem querer”, “Tempo perdido” e “Índios”.
No anos seguinte, com a música que deu o título ao terceiro álbum, escrita em 1.978 para a “Aborto elétrico”, Renato Russo reforçava em “Que país é este” sua indignação com a política brasileira (ele próprio se auto-declarava um ‘anarquista-individualista’); o disco também trazia “Eu sei”, a longa “Faroeste caboclo” e “Angra dos Reis”.
A última alteração na formação da banda foi a saída de Renato Rocha que, em 1.989, no lançamento de “As quatro estações”, já não fazia mais parte do grupo.
“As quatro estações” revelou o poeta Renato Russo mais expressivo – nessa época ele assumiu publicamente sua bissexualidade – deixando canções como “Meninos e meninas”, “Quando o sol bater na janela do teu quarto”, “Pais e filhos” e “Monte Castelo” na boca da juventude.
Em 1.990, Renato Russo descobriu que era portador do vírus da AIDS, o que mudaria e muito seu comportamento – nos anos seguintes ele começou a evitar entrevistas e até as apresentações com a banda, que só se reencontrava para os arranjos e as gravações.
Em 1.991, a Legião Urbana lançou o álbum “V” (com os sucessos “Teatro dos vampiros” e “Vento no litoral”), em 1.992 o duplo ao vivo “Música para acampamentos” e, em 1.993 “O descobrimento do Brasil” (com “Perfeição”, “Vamos fazer um filme” e “Giz”).
Depois disso a banda deu uma pausa e nesse período, Renato Russo lançou dois discos solo: “The Stonewall Celebration Concert” (com letras em inglês) em 1.994 e “Equilíbrio Distante” (em italiano) em 1.995.
De janeiro a junho de 1.996, a Legião Urbana se reuniu para a gravação do último cd: “A tempestade (ou o Livro dos dias)”, um trabalho que mais parecia a despedida de Renato Russo (preste atenção na letra de “A via láctea”).
Renato Russo, o eterno poeta, morreu por volta da 01:15 h. do dia 11 de outubro de 1.996, aos 36 anos de idade, em seu apartamento no Rio de Janeiro, deixando um espaço insubstituível na música brasileira.
Em 1.997 foram lançados os póstumos “Uma outra estação” da Legião Urbana e “O último solo”, de Renato Russo, com sobras de estúdio. Em 1.998 foi lançada a coletânea “Mais do mesmo” e em 1.999 o “Acústico MTV” (gravado em 1.992), ambos da Legião.
Vale lembrar que Giuliano, o menino que todos achavam ser o filho de Renato com uma suposta modelo falecida, na verdade foi adotado por ele quando ainda era um bebê. Esse foi um dos tantos segredos que Renato Russo levou consigo (a história foi desmentida em novembro de 1.996 pela verdadeira mãe de Giuliano, na época com 7 anos)


Texto: Renato J. Oliveira             março de 2.001


(Esse texto foi publicado na edição # 20 do Informativo Mix Cultural, de 24 de março de 2.001)




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22.3.12

Amargo Regresso



Não entendo porque estão me olhando assim;
me ignoram, o que será que fiz de ruim?
Dona Maria nem sequer olhou pra mim,
Seu Expedito, Olegário, nunca vi agirem assim.


Será que fiz um crime ou alguma coisa bizarra?
Uma agressão, talvez um beijo arrancado na marra?
Ninguém me olha, nem me dão chance de perguntar;
quem sabe me dêem respostas quando em casa eu chegar.


Longo caminho, muitas esquinas, vários quarteirões
e a indiferença parece gritante nos fechados portões.
Caminho pensando em como será a recepção;
será que meus entes queridos também me esperam 
com pedras na mão?


Aperto o passo, quase flutuando, querendo voar;
a tarde é cinzenta, nublada, parada, é denso o ar.
Dobrando outra esquina, vejo minha casa, sinto um calafrio,
não sei se é culpa, sinto-me tomado por estranho arrepio.


Vejo muita gente, até se espremendo na porta da sala,
e vou adentrando, mas ninguém me olha, ninguém me fala.
Quando enfim eu entro, sinto parar o meu coração,
pois ao centro da sala, eu vejo meu corpo dentro de um caixão!





Renato J. Oliveira               03 de março de 2.012


Visita ao Cemitério Municipal (30 de maio de 1.998)

20.3.12

O mundo e alguns de nós, seres humanos


O mundo saúda diariamente
todos os seus habitantes,
presenteia-os com as mais lindas cenas.
Quão belos esses presentes!
Quão lindas essas cenas!

E estão aí, por toda parte,
reveladas em paisagens da natureza;
Como são exuberantes as imagens!
Como é generoso o nosso planeta
com suas divinas e ternas paisagens!


Mas por que as pessoas não dão tanto valor?

Claro, felizmente, nem todas as pessoas.

Mas como é estranho, no mínimo estranho
atos, atitude de alguns seres humanos;
que degradaram nosso belo mundo
ao longo de todos esses anos.

Estranho, mas também covarde,
inconsequente e absolutamente  
DESUMANO!





Renato J. Oliveira              22 de setembro de 2.007


18.3.12

Salário Mínimo



Trabalha o dia inteiro e não tem dinheiro,
escravizado, um pobre coitado,
assalariado, salário miserável,
já está cansado desta vida odiável.


Salário mínimo, uma ironia,
riem de você, passando fome todo dia;
Salário mínimo, que injustiça,
Salário mínimo, uma piada
Mínimo Salário Mínimo!




Dizem que a moeda está estabilizada,
mas sua aquisição não oferece quase nada,
aumenta dia a dia o custo dos produtos,
sua crise financeira está em caos absoluto.


Salário mínimo, uma ironia,
Riem de você, passando fome todo dia;
Salário mínimo, que injustiça,
Salário mínimo, uma piada
Mínimo Salário Mínimo!


Renato J. Oliveira               1.996




Esta letra também fez parte do repertório da banda anarcopunk Brado Revolucionário.

(esq. para dir.: Gilmar (Edir), Agnaldo, Rodrigo, Renato Curse)

16.3.12

Ainda te encontro no meu mundo




Os pingos da chuva foram pouco a pouco escurecendo a tonalidade da cor negra do asfalto, à medida em que a tempestade aumentava...

E lá estava eu, caminhando, já completamente molhado pela chuva, quando de longe avistei você.

Fique ainda meio em dúvida, pois a distância em que se encontrava, não permitia que eu tivesse a certeza de que era realmente você que eu estava vendo.

Não sei ao certo porque, mas algo dentro de mim fazia-me acreditar que eu não poderia estar enganado, talvez por essa razão decidi apertar o passo para me aproximar mais uma vez de ti.

Nesse instante me lembrei das coisas belas que juntos partilhamos e vivemos, dos bons momentos de outrora, em que nos completávamos mutuamente, com amor, carinho e amizade.

Lembrei-me também que a chuva realçou boa parte desses bons acontecimentos...

De repente a chuva parou, cessando também a ilusão e inevitavelmente veio o triste despertar.

Voltei à realidade e não mais avistei você à minha frente.

Sabe, ainda custo a acreditar que você morreu...

Mas um dia eu hei de te encontrar, não importa onde, pois se isso não acontecer no mundo real, vai acontecer no meu mundo!



Renato J. Oliveira                 1.998


13.3.12

14 de março de 1.998...

 

Sábado, 14 de março de 1.998...
Marcada com antecedência de uma semana, aquela pequena confraternização entre amigos foi realmente inesquecível...
Meus grandes amigos/irmãos Estevam, Lobinho, Gil, Dedeco e eu fizemos uma 'vaquinha' e combinamos o churrasco na antiga residência do Gil. 
A tarde foi regada a muita cerveja, carne assada e claro, Raul Seixas.
Com minha antiga câmera fotográfica, tiramos algumas fotos. (abaixo)
Hoje, vejo-as com muita saudade... uma nostalgia boa.


(esq. para direita: Renato Curse, Cláudia e Lobinho com o filho do casal, Vinícius, ao centro)

(Renato Curse e Cláudia)

(Renato Curse e Gil)



(Gil, Dedeco, Renato Curse, Estevam e Lobinho)

(Renato Curse, Estevam e Lobinho) 

(Dedeco, Lobinho, Renato Curse, Estevam e Gil)

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MEUS BONS AMIGOS
(Barão Vermelho)


Meus bons amigos, onde estão?
Notícias de todos quero saber
Cada um fez sua vida
De forma diferente
Às vezes me pergunto
Malditos ou inocentes?

Nossos sonhos, realidades
Todas as vertigens, crueldades
Sobre nossos ombros
Aprendemos a carregar
Toda a vontade que faz vingar
No bem que fez prá mim
Assim, assim
Me fez feliz, assim...

O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo
E imperfeito...

Meus bons amigos, onde estão?
Notícias de todos quero saber
Sobre nossos ombros
Aprendemos a carregar
Toda a vontade que faz vingar
No bem que fez prá mim
Assim, assim
Me fez feliz, assim...

O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo
E imperfeito
Não, não, não
O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo
E imperfeito...






11.3.12

Adolf Hitler, Assassino maldito!



Sem dúvida nenhuma,
nada foi tão extremista
quanto a era do Holocausto,
as nojentas ideias nazistas.


Hitler, assassino maldito,
tão idiotas como você
são hoje seus filhos.





Tragédia, caos, perseguição,
fascismo, extremismo e persuasão,
mortal ditadura 
que manchou a história,
onde a derrubada 
foi a única glória.


Hitler, assassino maldito,
tão idiotas como você
são hoje seus filhos.



Renato J. Oliveira              29 de maio de 1.998



9.3.12

Chances de regressar



Lembra do seu passado, há uns 8 anos atrás?
Você era feliz e até saudável demais;
levava sua vida como um jovem normal,
trabalhava, namorava, cursava o colegial.

HOJE Parece que o tempo está querendo te matar,
mas você ainda tem chances de regressar.



Veja esse drama, veja o que você fez,
se afundou na lama, abdicou à sensatez,
envolveu sua família, todos que você amava,
hoje você humilha aqueles que mais gostava.
Viciado em cocaína, um crônico dependente,
jogou tudo pra cima, transformou-se num demente;
hoje está sofrendo e fazendo sofrer,
aos poucos vai morrendo, veja como está você!


Pare e reflita, não seja irracional,
lute e persista contra esse grande mal,
tente reconquistar a sua independência,
chega de sofrimento, meça agora as consequências!


E parece que o tempo está querendo te matar,
mas você ainda tem chances de regressar,
parece que o tempo está querendo te matar,
mas você ainda tem chances de regressar.


Renato J. Oliveira              13 de fevereiro de 1.999



1.3.12

Noturno Solitário (O Vampiro)



Mais uma noite se aproxima,
para muitos, mais um dia termina,
e com ele o stress, o cansaço, a rotina.


Não me lembro mais do sol poente,
nem da última vez que estive doente;
noite, trevas, sangue... eu, somente.


Para muitos eu não existo, sou só lenda,
melhor assim, prefiro que ninguém entenda,
não creio que exista alguém no mundo que compreenda.


Pois sou mistério, sou trevas, sou imortal,
sou muito além de mero ser sobrenatural
e a noite é minha, nela sou visto como normal.


E assim passeio, vôo, viajo, caminho,
sempre só, sempre solitário, sempre sozinho,
anseio ainda a musa, mulher do meu destino.


Pois se com centenas de anos ainda sou moço,
quem sabe um dia, entre um e outro pescoço
eu não a encontre, sem dificuldade, sem muito esforço.


Só espero que antes do meu último suspiro,
eu, que já sobrevivi ao fogo, ao veneno e ao tiro,
não termine como sou hoje: um solitário Vampiro.



Renato J. Oliveira            24/25 de fevereiro de 2.012