Tudo isso você vê e ouve
durante o Horário Eleitoral Gratuito.
Candidatos de diversificados
partidos políticos com as mais variadas promessas de mudança ou melhora, falam
com o maior cinismo diante das câmeras que se forem eleitos vão construir escolas,
hospitais, delegacias, casas próprias, indústrias, etc.
Em quem você confia?
Em quem você vai votar?
Quem você vai eleger para te
explorar?
QUAIS OS POLÍTICOS QUE
MERECEM SEU VOTO?
Você acredita em tudo o que
vê durante o Horário Eleitoral Gratuito?
O Horário Eleitoral Gratuito
é um dos meios mais convincentes e enganadores que os candidatos – verdadeiros
atores ‘super-herois’ – usam para iludir o nosso ‘povão’.
A TV é a aliada poderosa dos
políticos candidatos e é também o veículo que desmente e apaga o famoso
bicho-papão de que político nenhum presta.
Você, que neste exato momento
está lendo este panfleto, não se iluda com promessas, não jogue fora uma hora
de sua vida ouvindo mentiras.
Oswaldo Viveiros Montenegro (Rio de Janeiro, 15 de março de 1956) é um músico brasileiro. Além de cantor, compõe trilhas sonoras para peças teatrais, balés, cinema e televisão. Foi casado com a atriz Paloma Duarte. Tem uma das parcerias mais sólidas da MPB ao lado de Madalena Salles, que o acompanha com suas flautas.
Biografia
Nascido no bairro do Grajaú, Oswaldo é um caso excepcional de precocidade musical. Sem nunca ter estudado música regularmente, começou desde a tenra infância a ser influenciado por ela. Primeiro, na casa de seus pais no Rio de Janeiro: sua mãe e os pais dela tocavam piano, seu pai tocava violão e cantava.
A segunda influência foi mais forte. Aos oito anos, mudou-se, com os pais, para São João del-Rei, cidade mineira poética e boêmia, onde as serestas aconteciam todas as noites e as pessoas juntavam os amigos em casa para passar as noites tocando e cantando. Ao mesmo tempo, Oswaldo foi atraído para a música barroca das igrejas. Nesta época, teve aulas de violão com um dos seresteiros da cidade e compôs sua primeira canção, Lenheiro, nome do rio que banha São João del-Rei. Venceu um festival de música com apenas 13 anos, no Rio de Janeiro, onde voltou a morar.
A decisão de se tornar um músico profissional veio com a mudança para Brasília, em 1971. Na capital federal, começou a ter contato com festivais e grupos de teatro e de dança estudantis. Fez seus primeiros shows e aos 17 anos a decisão de viver da música se tornou definitiva. Mudou-se novamente para o Rio, mas já havia adotado Brasília como a terra de seu coração e tema constante de sua obra. Também seus parceiros preferidos foram amigos que fez ali, como José Alexandre, Mongol e Madalena Salles, entre outros.
Foi ainda em Brasília que tomou contato com a música erudita nos concertos do Teatro Nacional. Não só assiste aos concertos com seus amigos músicos, entre eles o maestro Otávio Maul e a família Prista Tavares, mas entra pelas madrugadas conversando sobre técnica e teoria musicais. Autodidata, devora livros sobre história da música.
A partir daí, morando no Rio mas com os olhos e o coração postos em Brasília, sua carreira deslancha. Tem música classificada no último Festival da Canção da Rede Globo, o primeiro de repercussão nacional de que participa (1972), escreve e encena seu primeiro musical (1974-1975), lança três discos em três anos (1975-8) e vence festival na TV Tupi com seu primeiro megasucesso, Bandolins (1979).
Em 1980, participa em, e vence, o Festival MPB 80 da Rede Globo de Televisão com a canção Agonia, do amigo de infância Mongol. Mesmo com tanto sucesso, decide retornar a Brasília para montar em 1982, outro espetáculo musical, Veja Você, Brasília, com artistas locais. Deste espetáculo participam as ainda desconhecidas Cássia Eller e Zélia Duncan. Depois desta, viriam outras peças de teatro musical, uma particularidade bem marcante na trajetória de um músico brasileiro e que resgata uma maneira de divulgar música abandonada na primeira metade do século 20. São mais de 14 peças musicais, todas recorde de público e algumas, como "Noturno", "A Dança dos Signos" e "Aldeia dos Ventos", estão em cartaz há mais de 15 anos e com montagens por todo o país.
Em 1985, participa do Festival dos Festivais, também pela Rede Globo, com a música O Condor, com acompanhamento de um coro de 25 cantores negros. Não para de gravar discos. Até 2006, são 34. Composições suas são interpretadas por Ney Matogrosso, Sandra de Sá, Paulinho Moska, Zé Ramalho, Alceu Valença, Zizi Possi, Zélia Duncan, Jorge Vercilo, Altemar Dutra, Gonzaguinha, Sivuca, Tânia Maya, entre outros. Até a atriz Glória Pires cantou em participação especial de um disco seu (1985).
Em 1994, Oswaldo lança seu primeiro livro — O Vale Encantado — um livro infantil, no mesmo ano indicado pelo MEC, através da Universidade de Brasília, para ser adotado nas escolas de 1º grau. Em 1997, adapta o livro para vídeo.
Em 1995 lança o cd "Aos Filhos do Hippies" com participação de Carlos Vereza e Geraldo Azevedo.
Em 1997, Oswaldo reencontra Roberto Menescal. Durante a conversa, surge o tema "letras de músicas da MPB que são verdadeiros poemas". Daí vem à ideia do CD "Letras Brasileiras". Menescal produz o CD, que é lançado no mesmo ano, e participa da tournée do show. Ainda em 97 grava e lança o vídeo "O Vale Encantado", que conta no elenco com a participação de Zico, Roberto Menescal, Fafy Siqueira, Luísa Parente, Tânia Maya e Madalena Salles. É lançado, também, o CD do mesmo nome. Lança, também, nesse mesmo ano, o CD do espetáculo "Noturno", pela Tai Consultoria em Talentos Humanos e Qualidade.
Em 1998 recebe o título de cidadão honorário de Brasília, concedido pela Câmara Legislativa do DF. Nesse mesmo ano, Oswaldo volta às montagens teatrais. Monta novamente "Léo e Bia", numa versão mais madura e coerente com a postura que ele tem, atualmente, daquela história. Grava o CD homônimo, também com Menescal. Monta, ainda, com elenco de Brasília, a 2ª versão de "A Aldeia dos Ventos".
Em 1999, apresenta três espetáculos, no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro: "Léo e Bia", "A Dança dos Signos" e o inédito "A Lista" com a participação da atriz Bárbara Borges e do cantor Rafael Greyck, lançando, nessa temporada, os CDs dos 2 últimos.
Em 2000, comemora os 20 anos de carreira com o show "Vinte Anos de Histórias" e com os CDs "Letras Brasileiras ao Vivo" e "Escondido no Tempo". Dedica-se, também, à série "Só Pra Colecionadores", de CDs independentes, de tiragem limitadíssima, vendidos apenas via internet. Neste ano seus fãs criam seu primeiro fã-clube virtual, o OMOL (Oswaldo Montenegro online), onde admiradores de seu trabalho, através de um site na internet e posteriormente no ORKUT, se reúnem para conversar e interagir sobre sua obra e sobre a obra de artistas que com ele trabalharam. Em Florianópolis monta o musical Lendas da Ilha com mais 50 artistas locais entre eles Paulinho Dias e Cleiton Profeta do Circus Musicalis.
Em 2001 monta em SP a peça “A Lista” com a participação de Bruna di Tullio e Mayara Magri no elenco.
Em 2002 lança o CD “Estrada Nova”, cuja turnê bate recorde de público. Neste cd são gravadas novas músicas em parceria com Mongol.
Em 2003 regrava a uma nova trilha de “A Aldeia dos Ventos”.
Em 2004 lança o CD “Letras Brasileiras 2”, em parceria com Roberto Menescal, além do programa “Tipos”, no Canal Brasil, no qual retrata com músicas, textos e desenho animado, tipos humanos como a bailarina gorda, o chato, etc...
Em 2005 lança CD e DVD “Oswaldo Montenegro - 25 Anos de História”, que alcançam, ambos, a marca das 100 mil cópias.
Em 2006 lança, no Canal Brasil, em parceira com Roberto Menescal, o programa "Letras Brasileiras", apresentado por ambos. O programa foi inspirado no CD e no show que Oswaldo e Menescal apresentaram em 1997 por todo o país. Monta no Rio de Janeiro a peça "Tipos" e remonta Aldeia dos Ventos, com participação da atriz Camila Rodrigues, com a "Cia Aqui entre nós".
Em 2007, lança o cd e DVD "A Partir de Agora", gravando músicas inéditas com convidados como Alceu Valença, Zé Ramalho, Eduardo Costa, Diogo Guanabara e Mariana Rios. Na TV, inicia a segunda temporada do programa "Letras Brasileiras" ao lado de Roberto Menescal no Canal Brasil. No teatro, em parceria com o irmão Deto Montenegro, monta o espetáculo "Tipos" junto com a Oficina dos Menestréis de São Paulo.
Em 2008 lança, pela gravadora Som Livre, um novo DVD e CD chamado "Intimidade". Estes trazem 16 canções bastantes conhecidas com um novo arranjo elaborado pelo próprio Montenegro, por Sérgio Chiavazzoli e por Alexandre Meu Rei. Destaque para "Lume de Estrelas" que foi apenas gravada no disco "Asa de Luz" em 1981. Na TV, inicia a terceira temporada do programa "Letras Brasileiras", que apresenta com Roberto Menescal no Canal Brasil. No teatro, monta no Rio de Janeiro o espetáculo "Eu não moro, comemoro", com participação de Caio Ruas Miranda e Emílio Dantas e o "Projeto Canjas", onde abre espaço para jovens talentos se apresentarem ao lado de artistas consagrados. No fim do ano, tem alguns de seus maiores sucessos lançados em uma coletânea de 3 cds (3 BOX) pela Warner Music.
Em 2009 se dedica a formação de um grupo para montagens de musicais reunindo cantores, músicos, atores e atrizes como Verônica Bonfim, Léo Pinheiro, Rodrigo Sestrem, Emílio Dantas, Cibelle Hespanhol, Luísa Pitta, Renato Luciano, Larissa Landim e Shirlene Paixão, e estreia o musical "Filhos do Brasil" no Teatro do Jockey (RJ). Grava em São Paulo seu terceiro DVD: "Quebra Cabeça elétrico", lançado em outubro.
Em 2010 estréia do Festival de Recife seu longa-metragem "Léo e Bia" e lança o cd "Canções de Amor"
Parceiros
Oswaldo Montenegro solidificou algumas parcerias de sucesso no decorrer da sua carreira, entre elas com Zé Ramalho, Roberto Menescal, Zé Alexandre, Sérgio Chiavazolli, Mongol, Milton Guedes, Eduardo Costta, Alceu Valença, etc. Trabalhou com muita gente em espetáculos teatrais, entre eles Zélia Duncan, Cássia Eller, Tereza Seiblitz, Isabela Garcia, Sebastian (da C&A), Bárbara Borges, Sthefany Brito, Patrícia Werneck, Pedro Nercessian, Daniel Del Sarto, Lúcia Alves, Emílio Dantas, Bruna di Tullio, entre muitos outros.
Discografia
Sem Mandamentos (1975) Som Livre Compacto simples
Trilhas (1977) Independente LP
Poeta maldito... Moleque vadio (1979) WEA LP, CD
Oswaldo Montenegro (1980) WEA LP, CD
Asa de Luz (1981) WEA LP
A Dança dos Signos (1983) Philips LP
Cristal. Trilha sonora da peça (1983) PolyGram LP
Brincando em cima daquilo (1984) LP
Drops de Hortelã. Oswaldo Montenegro e Glória Pires (1985) PolyGram LP
Os Menestréis (1986) Independente LP
Aldeia dos Ventos (1987) Independente LP
Oswaldo Montenegro ao vivo (1989) Som Livre LP, CD
Oswaldo Montenegro (1990) Som Livre CD
Vida de Artista (1991) Som Livre LP, CD
Mulungo (1992) Som Livre CD
Seu Francisco (1992) PolyGram CD
Aos filhos dos hippies (1995) Albatroz CD
O Vale Encantado (1997) Albatroz CD
Noturno (1997) Independente CD
Letras Brasileiras (1997) Albatroz CD Léo e Bia (1998) Albatroz CD
Aldeia dos Ventos. Arte em construção (1998) Albatroz CD
A Dança dos Signos 15 anos (1999) Independente CD
Letras Brasileiras ao vivo (1999) Albatroz CD
A lista (1999) Independente CD
A lista. Trilha sonora do musical (1999) Independente CD
A lista (1999) Independente single
Letras brasileiras ao vivo (1999) Albatroz CD
Escondido no tempo (1999) Panela Music CD
Telas. Só para colecionadores (2000) Independente CD
Entre uma balada e um blues (2001) Ouver Records CD
A lista (2001) Jam Music CD
Estrada nova (2002) Jam Music CD
Letras brasileiras II (2003) Albatroz CD
Aldeia dos ventos (2004) Jam Music CD
Ao vivo - 25 anos (2004) Warner CD e DVD
Léo e Bia 1973 (2005) Jam Music CD
A Partir de Agora (2006) Wea CD e DVD
Intimidade (2008) Som Livre CD e DVD
Quebra-cabeça Elétrico (2009)Universal CD e DVD
Canções de Amor (2010) CD
De Passagem (2011) CD
Musicais
João Sem Nome - 1975
Labirinto - 1977
Veja Você Brasília - 1981
Cristal - 1982
A Dança dos Signos - 1983 e 1999
Léo e Bia - 1984, 1999 e 2006
Os Menestréis - 1986
Aldeia dos Ventos - 1986 e 2006
Noturno -1991
Mayã - 1992
Vale Encantado - 1997
A Lista - 1999
Lendas da Ilha - 2000
Tipos - 2006
Eu não moro, comemoro - 2008 (Oficina dos Menestréis - RJ)
Situado como um dos mais
brilhantes escritores brasileiros (de todos os tempos), em todas as áreas da
Literatura às quais se dedicou, seja no conto, na poesia, no romance, na
crítica ou na crônica, ele não deixou sequer margens para que viessem a
contestá-lo pejorativamente nem hoje e nem amanhã, já que a notoriedade e o
prestígio literários por ele alcançados, poucos escritores obtiveram e só o
fato de tê-los atingido findaria com quaisquer ascensões negativistas sobre sua
tão opulenta obra.
Joaquim Maria Machado de
Assis, filho de Francisco José de Assis e Maria Leopoldina Machado de Assis,
nasceu no Rio de Janeiro, no morro do Livramento.
Seu pai (um pintor) e sua mãe
(uma lavadeira), embora de origens bem modestas, mantinham contatos com várias
pessoas nobres e influentes, o que garantiu ao filho único do casal (outra
filha, vinda ulteriormente, morreria ainda prematura) um padrinho e uma
madrinha de batismo importantes: Joaquim Alberto de Sousa Silveira e Maria José
de Mendonça Barroso (origem do Joaquim Maria em seu nome).
Ainda garoto, Machado de
Assis demonstrara as primeiras crises de epilepsia e os primeiros acessos de
gagueira, com os quais viria a conviver pelo resto da vida.
Também na infância, perdeu a mãe
e após o enlace de seu pai com Maria Inês, a estimada madrasta, passaram a
residir no Bairro São Cristóvão.
Aprendeu a ler com a madrasta e depois de já haver passado pela escola
pública, passou a estudar no colégio onde Maria Inês trabalhava como cozinheira,
logo após a morte de seu pai.
Para auxiliar no orçamento,
Machado de Assis chegou a vender os doces e as balas que sua madrasta fazia e,
voluntariamente (mais para atender às vontades dela), ele também ajudava nas
missas da Igreja de Lampadosa como coroinha.
Garoto inteligente e curioso,
ia constantemente a uma padaria onde a proprietária e o forneiro eram
franceses, propositado a aprender aquele fascinante idioma (mais tarde, isso
seria de fundamental importância para que ele traduzisse Lamartine e Victor
Hugo).
Com 15 anos, em 21 de janeiro
de 1.855, ele tornaria público o primeiro de seus tantos poemas: “Ela”, no
periódico A Marmota Fluminense (de Paula Brito) e em 1.856 começaria a
trabalhar como tipógrafo na Imprensa Nacional, empresa do romancista Manuel
Antônio de Almeida, autor de “Memórias de um sargento de milícias”. Manuel conseguiu captar o brilhantismo
intelectual de Machado de Assis e não o repreendeu ao saber que seu funcionário
costumava conciliar as constantes leituras ao trabalho; ambos até tornaram-se
bons amigos.
A partir de 1.858 passou a
trabalhar como caixeiro e revisor na tipografia de Paula Brito e através de
sucessivas participações em diversos jornais como Correio Mercantil, Jornal das
Famílias, Diário do Rio de Janeiro e Semana Ilustrada (os dois últimos a
convite de Quintino Bocaiúva), seu nome foi ficando cada vez mais conhecido nas
camadas intelectuais, tendo estreado na Literatura em 1.861.
Em 1.864, aos 25 anos,
Machado de Assis publicou seu primeiro livro de versos: “Crisálidas” e em 1.867,
mesmo ano que tornou-se auxiliar na direção do Diário Oficial (na Imprensa
Nacional), ele conheceria o grande amor de sua vida, Carolina Augusta Xavier de
Novais, mulher culta, 31 anos, recém-chegada de Portugal.
Depois de dois anos
resistindo à oposição de parte da família dela que, por ele ser um mulato, não
tolerava a união, Machado de Assis e Carolina casaram-se em 1.869.
Em 1.873 ele foi nomeado
primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura e, em 1.881,
tornou-se oficial de gabinete do ministro, traçando o início de sua vida
pública.
Foi condecorado em 1.888 com
a Ordem da Rosa no grau de oficial e em 1.889 foi nomeado diretor da
Diretoria de Comércio, passando ao cargo de diretor-geral de Viação em 1.892 –
onde permaneceu até 1.898.
Com a parceria de
intelectuais da época, ajudou a fundar em 1.897 a Academia Brasileira
de Letras (ABL), da qual foi o primeiro presidente. Pouco tempo depois tornou-se também diretor
da Secretaria da Indústria do Ministério da Viação, transferido mais tarde para
Diretor-geral de Contabilidade.
Em 1.904, Machado de Assis
sofreria o mais duro golpe de sua vida: a companheira Carolina que, em 35 anos
de convivência o auxiliava em tudo, faleceu, deixando-o profundamente
amargurado.
As crises epilépticas
tornaram-se cada vez mais frequentes e, como agravante, as úlceras na língua
(devido às fortes mordidas durante os ataques), tranformaram-se em câncer.
Machado de Assis morreu aos
69 anos, no dia 29 de setembro de 1.908, no Rio de Janeiro.
Sobre sua obra, concentrada
mais no Realismo (embora inicialmente pinçada pelo Romantismo), além dos
célebres “Memórias póstumas de Brás Cubas” de 1.881 e “Dom Casmurro” de 1.900,
destacam-se ainda: “Falenas” (1.870), “Contos fluminenses” (1.870),
“Ressurreição” (1.872), “Histórias da meia-noite” (1.873), “A mão e a luva”
(1.874), “Americanos” (1.875), “Helena” (1.876), “Iaiá Garcia” (1.878), “Papéis
avulsos” (1.882), “Histórias sem data” (1.884), “Quincas Borba” (1.891),
“Várias histórias” (1.896), “Páginas recolhidas” (1.899), “Poesias completas”
(1.901), “Esaú e Jacó” (1.904), “Relíquias de casa velha” (1.906) – o qual
trazia o soneto A Carolina, dedicado à esposa falecida – e “Memorial de Aires”
(1.908).
No dia 7 de setembro de 1965, o Brasil parou e concentrou todas suas atenções para Belo Horizonte. Estava sendo inaugurado o Estádio Magalhães Pinto, o “Mineirão”. Obra corajosa, vanguardista, imponente, um dos melhores estádios de futebol do mundo, com capacidade para mais de 100 mil espectadores. Para coroar os festejos da inauguração, organizou-se um amistoso entre a Seleção Brasileira e a do Uruguai e, pela primeira vez na história do futebol brasileiro, uma equipe de futebol, a Sociedade Esportiva Palmeiras, foi convidada para compor toda a delegação, do técnico ao massagista, do goleiro ao ponta-esquerda, incluindo os reservas. Uma primazia única em reconhecimento à melhor equipe do País, que vencia a todos os adversários e convencia, encantava de tal maneira que recebeu da imprensa e do povo a alcunha de “Academia de Futebol”. O Palmeiras vinha de sucessivas vitórias e acumulando uma invencibilidade de 11 jogos. A equipe estava completa e em plena forma, mas na última hora o craque mais experiente, Julinho, sentiu uma contusão e chegou a pedir para o técnico Filpo Nuñes deixá-lo em São Paulo. Filpo implorou para Julinho viajar com a equipe, mas preparou Germano para substituir o grande craque. Germano era um ponteiro revelado pelo Flamengo, que foi jogar na Itália e França e havia sido repatriado pelo Palmeiras. Já no vestiário, Julinho, ao perceber a importância daquele momento, com o estádio lotado, o Palmeiras representando a Seleção, não permitiu que Filpo escalasse Germano e informou ao treinador que jogaria aquela partida nem que fosse com uma perna só. O Palmeiras entrou em campo com Valdir Joaquim de Moraes no gol, Djalma Santos (que completaria 92 jogos pela Seleção justamente nesta partida) na lateral direita, Djalma Dias e Waldemar Carabina compondo a zaga e Ferrari na lateral esquerda (no lugar do titular Geraldo Scotto). O meio-campo com Dudu e Ademir, municiando Julinho pela direita, Rinaldo pela esquerda e Tupãzinho e Servilio no ataque.
No banco, Picasso, Procópio, Santo, Zequinha, Germano, Ademar Pantera, Dario e Gildo. Uma verdadeira Seleção Brasileira. Waldemar Carabina foi designado o capitão do time para esta partida. No banco, Don Filpo Nuñes, o “bandoleon”, argentino de nascimento e palmeirense e paulistano por opção, tornar-se-ia naquela tarde o único treinador estrangeiro a dirigir a Seleção Brasileira. Uma honra que ele soube valorizar, respeitar e reconhecer até o fim de sua vida. No jogo desde o começo, o Palmeiras (Seleção Brasileira) se mostrou superior. Aos 2 minutos, Servílio, de cabeça, quase abriu o placar. Aos 6, Rinaldo avançou e chutou com força rente ao gol do Uruguai. Aos 10, Tupãzinho e Servilio fizeram linda tabela, mas foi somente aos 27 minutos que, num ataque do craque Julinho, este driblou o marcador, avançou e cruzou para a área, mas o zagueiro Cincunegui cortou o cruzamento com o braço, cometendo pênalti. Rinaldo, o batedor oficial, foi lá e fez 1 x 0 para o Brasil. Pouco depois, aos 30 minutos, houve novo pênalti de Cincunegui, desta vez sobre Rinaldo, que entrava com tudo pela esquerda e foi derrubado, mas o juiz não assinalou. Aos 34, o mesmo Rinaldo desceu pela esquerda e cruzou rasteiro, Tupãzinho dividiu com o zagueiro e na sobra encheu o pé sem chances para Taibo, 2 x 0, e o Mineirão inteiro aplaudia e se encantava com a Academia. No final do primeiro tempo, Ademir da Guia também foi derrubado dentro da área em novo pênalti não marcado pelo árbitro. No intervalo, o Palmeiras fez as alterações previstas: Picasso no lugar de Valdir; Procópio no de Waldemar Carabina; Zequinha no de Dudu; Germano no de Julinho; e Ademar Pantera no de Tupãzinho. Mesmo com cinco substituições, o Palmeiras voltou tão forte quanto na primeira etapa e continuou dominando a partida. Aos 18 minutos, Dario entrou no lugar de Rinaldo e, após muitas chances perdidas, aos 29 minutos, Germano marcou um golaço, para alegria da torcida brasileira.
Ficha Técnica Brasil (Palmeiras) 3 x 0 Uruguai
Brasil (Palmeiras)
Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario). Técnico: Filpo Núñes.
Uruguai
Taibo (Bogni); Cincunegni (De Britos), Manicera, Varela e Caetano; Nuñez (Lorda) e Duksas; Franco, González, Héctor Silva (Virgílio) e Esparrago (Morales). Técnico: Juan López.
Árbitro: Eunápio de Queiroz
Data: 07/09/65
Local: Estádio Magalhães Pinto (Mineirão), em Belo Horizonte (MG)
Público: aproximadamente 80.000 pagantes
Renda: Cr$ 49.163.125,00
Gols: Rinaldo (27') e Tupãzinho (35') do 1º tempo; Germano (29') do 2º tempo da etapa final.
Obs.: Havia uma taça em disputa, mas ao final da partida o Palmeiras, entendendo que o troféu pertencia de direito à CBD, pois estava apenas representando-a, deixou o mesmo com a Comissão Organizadora e retornou à São Paulo.
Vinte e três anos depois, em 1988, descobriu-se que o troféu continuava no Mineirão, pois a CBD também não havia requisitado o troféu e assim ficou decidido pelas partes que o Palmeiras deveria honrosamente ficar com o mesmo e que hoje está exposto na Sala de Troféus da Sociedade Esportiva Palmeiras.
DEPOIS DESSE CONVITE, A CBD VOLTARIA A REPETIR O FEITO SÓ EM OUTRAS DUAS OCASIÕES: EM NOVEMBRO DO MESMO ANO CONVIDOU O CORINTHIANS PARA REPRESENTAR A SELEÇÃO DIANTE DO ARSENAL DA INGLATERRA, EM LONDRES... (O BRASIL/CORINTHIANS PERDEU POR 2 A 0). EM 1968, TAMBÉM NO "MINEIRÃO", O ATLÉTICO MINEIRO REPRESENTOU A SELEÇÃO E VENCEU A SELEÇÃO DA IUGOSLÁVIA POR 3 A 2. DEPOIS DISSO NUNCA MAIS HOUVE NENHUM CONVITE OFICIAL POR PARTE DA CBD/CBF. (EM 68 O BOTAFOGO-RJ AJUDOU A COMPOR A SELEÇÃO QUE DERROTOU A ARGENTINA POR 4 A 1 NO MARACANÃ, PORÉM HAVIAM 5 JOGADORES DE OUTROS 3 CLUBES CARIOCAS... EM 1984, A SELEÇÃO OLÍMPICA FOI FORMADA POR ATLETAS DO INTERNACIONAL-RS, PORÉM COM 4 JOGADORES DE OUTROS TIMES)
Além
de embarcar na história do Derby paulista, de sentir e imaginar o clima
de tantas e tantas pelejas marcantes que construíram essa rivalidade, o
leitor também terá a oportunidade de acompanhar os detalhes mais
memoráveis da história da Sociedade Esportiva Palmeiras, como por
exemplo, o dramático episódio da mudança de nome, e a luta contra o
“sistema”. Os grandes erros de arbitragem desde os primeiros embates, os
erros que determinaram derrotas e até perdas de campeonatos...