9.9.12

Os loucos de sã consciência




Mas, então, doutor, o que é ser louco?
Será que louco é ser diferente;
É aceitar que o suposto pouco,
para ele, o louco, é mais que suficiente?



O que é ser louco? – lhe pergunto doutor.
Será que é sonhar acordado?
Será que é pensar ou falar sem rancor;
será que é oscilar entre certo e errado?



Será que o louco é mesmo maluco?
Garanto-lhe que o louco, para ele, é você;
Talvez até no papel desse louco eu pergunto:
Doutor, o que faz um louco assim ser?


O louco debocha dos padrões impostos,
hostiliza conceitos de ser ou não ser;
E enquanto da vida você faz terremoto,
o tal louco a aproveita para viver.



Jamais subestime a loucura dos loucos,
Os loucos de sã consciência, doutor;
Pois mesmo que em minoria, esses poucos loucos
sabem como poucos usar a loucura a seu favor.



Sei que o senhor contesta a capacidade dos loucos,
mas, sabe, doutor, nenhum deles se importa com isso,
afinal, são loucos e no fundo, nós, os loucos
somos muito mais felizes, pode apostar nisso!




Renato J. Oliveira          10 de setembro de 2.007


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